sábado, 31 de dezembro de 2011

BENDITA E GRANDE MÃE DE DEUS

Neste primeiro dia do ano, a santa liturgia católica celebra a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, nossos corações se voltam para Filha de Sião que foi escolhida para ser a mãe do Salvador, por ela nos foi dada a Salvação, porque de seu seio, qual terra nova e boa, nos foi concedido, Jesus, o Deus Salvador.
“Desponta um sol mais fecundo, da morte funde os grilhões. Maria traz Deus ao mundo, vinde adorá-lo nações”.

É costume no oriente prestar honras a uma mulher que se tornou mãe, um dia depois do parto, de modo que nossos irmãos orientais celebram um dia após o Natal, a festa da Congratulação de Maria, prestam louvores àquela bendita mãe que trouxe o Filho de Deus ao mundo em nossa carne. No ocidente, é costume da Igreja de Roma, celebrar a congratulação à Maria, oito dias depois da Solenidade do Natal, culminando a oitava festiva do nascimento de Jesus. Nossos corações, nossas vidas se alegremente, cantam as glórias e os louvores, tal como os pastores acorremos à Belém de hoje e nos voltamos para manjedoura com o menino envolto em faixas, para prestar honra a Ele, Deus pequenino e à sua Mãe.
A antífona da missa de hoje nos diz: “Salve ó Virgem Mãe de Deus, vós destes à luz o Rei que governa o céu e a terra pelos séculos eternos”. Não é por acaso que a Liturgia mais uma vez nos faz experimentar de novo a alegria do nascimento de Jesus, nós contemplamos o menino de Belém, este pequenino, tão frágil, humilde, simples, mas ali na manjedoura vemos o Deus forte e admirável, ele é o Rei, o soberano que veio reger o mundo com amor, justiça, equidade e paz. Por isso que hoje a Igreja contempla aquela que deu à luz a este menino (Deus feito homem), como a Grande Mãe de Deus, não que ele seja mãe de Deus Pai, e nem do Espírito Santo como se fosse mãe da Natureza divina, seria uma heresia pensar assim; Maria é Mãe de Deus, é a Teothokos, porque gerou em seu seio fecundado pelo Espírito Santo, qual terra fértil, Deus feito homem, nela Deus assumiu a nossa natureza, nossa pobre condição; a esta verdade nos fala a segunda leitura da missa, diz-nos a carta de S. Paulo aos Gálatas: “Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher” (Gl 4,4). O Filho enviado, é o Verbo de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos, veio a nós por meio da Mulher, que foi tantas vezes prefigurada no Antigo Testamento, sinal da Virgem Maria, pois bem, tudo aquilo que o Filho é em sua humanidade, ele recebeu de Maria, sua Mãe.
Maria a escolhida por Deus, preservada de toda imundície do pecado, na plenitude do Tempos gerou humanamente o Filho de Deus, o Salvador; é admirável contemplarmos a virgindade de Maria, podemos ver isto por meio da antífona de um dos salmos das primeiras vésperas desta solenidade, assim  canta a Liturgia a cerca desta verdade de fé: “Como a sarça, que Moisés viu arder sem se queimar, assim intacta é a vossa admirável virgindade. Maria, Mãe de Deus, por nós intercedei”. O salvador nasceu desta terra nova e fértil, que permaneceu virgem antes, durante e após o parto. Deus não violou a natureza de Maria, mas a cumulou de graças, Maria é toda de Deus em corpo e alma. Ainda continua a divina liturgia a cantar louvores à Virgindade de Maria: “Eis do Senhor a porta aberta, de toda a graça portadora. Passou o rei, e permanece fechada, como sempre fora”. Aqui vemos explicita a virgindade perene de Maria, o seio de Maria é esta porta que se abriu para receber o Rei e Senhor da história, por ela ele passou, e ela se fechou como sempre esteve, abriu-se só e unicamente para que o Rei da glória pudesse entrar.
No sim de Maria, sua livre aceitação de ser Mãe do salvador, vemos despontar a aurora de um novo tempo para a humanidade que andava nas trevas, o sim da Virgem Filha de Sião, traz ao mundo a salvação, traz ao mundo as bênçãos que vem de Deus, rompem-se as trevas do mal, a maldição que reinava em virtude do pecado de Adão e Eva, foi eliminada de uma vez por todas, pelas bênçãos trazidas pelo nascimento do Salvador, por isso que a primeira Leitura retirada do Livro dos números nos mostra a benção Araaônica destina aos Filhos de Israel, mas que agora é concedida ao Novo Israel, a cada um de nós: “O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti! O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!” (Nm 6,24-26).
Verdadeiramente, por meio de Maria toda a sorte de graças e bênçãos nos foram dadas, sobretudo, fomos resgatados e libertos da lei prisioneira do pecado, que nos afugentava, e nos foi concedida a graça de sermos Filhos adotivos, no Filho Jesus, assim nos diz S. Paulo:  “Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, a fim de resgatar os que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva. E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abá ó Pai! Assim, já não és escravo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro: tudo isso por graça de Deus” (Gl 4, 4-7). Todavia, ainda algo mais nos foi concedido, este menino que foi concebido pelo Espírito no seio da Virgem, é o príncipe da paz, o Salvador que veio reger o mundo com justiça, equidade e paz. Podemos perceber esta verdade por meio do final do Evangelho de hoje: “Quando se completaram os oito dias para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus” (Lc 2,21).
Este menino nasceu sujeito à lei, e a lei prescrevia que no oitavo dia, toda criança do sexo masculino fosse circuncidado, ou seja, recebia a marca do povo eleito, Jesus era judeu, sinal de sua divindade que se une a nossa humanidade. O Nome que foi dado ao menino, revela sua identidade, sua missão e nossa alegria. O Nome que foi dado ao menino é Jesus = “Deus Salva”. Ele é Deus, o Senhor do universo, por isso que os magos saem do oriente para lhe oferecer os presentes ao Rei soberano, mas repito, o reinado de Deus é de amor e paz, Maria deu à luz ao príncipe da paz. Por isso que por meio de Paulo VI num pedida a ONU se celebra o dia 1 de janeiro, como dia mundial da paz, não por acaso, mas porque, pelo Sim de Maria o mundo encontrou de novo à paz verdadeira.
 A missão do menino seria a de salvar a humanidade de suas misérias e fraquezas, de conduzi-la ao Reino de seu Deus e Pai, veio para enxugar nosso pranto e nos dar a alegria sem fim. Por isso que em Jesus nós encontramos também a nossa alegria, somente ele nos conduz às verdes pastagens da vida, só ele pode nos mostrar o caminho que deveremos seguir, só ele nos conhece por inteiro, conhece a verdade de nosso ser e de nosso viver.
A certeza de nossa alegria é sabermos que Ele é o Emanuel- o Deus conosco, ele veio em nossa carne para caminharmos juntos, para partilharmos as alegrias e sofrimentos, vitórias e derrotas, perdas e conquistas, enfim, Ele veio para nos conduzir ao Céu. Certamente este novo ano que desponta para nós não será somente de alegrias, mas também de tristezas, mas quem põe em Deus a sua confiança, não é desamparado, quem Nele crer não é decepcionado, porque no Senhor se encontra toda graça e copiosa redenção. Que assim seja!



   


TRIBUTO AOS AMIGOS!!!

"O AMIGO É UM IRMÃO ESCOLHIDO POR NÓS" (STO. AGOSTINHO)
A VOCÊ QUE É PREFIGURAÇÃO DE DEUS NA MINHA VIDA
Obrigado Senhor Deus por tão precioso dom, vós me concedestes, o dom da amizade, antigas e novas  que surgiram na minha vida, como prefigurações de teu amor.
Agradeço pelo seu carinho, dedicação, amor, fidelidade, enfim, por ter  caminhado junto comigo durante este ano de 2011, pudemos, trilhar a estrada da vida com seus altos e baixos, com suas alegrias e tristezas, vitórias e derrotas, perdas e conquistas, obrigado por adentrar na minha vida, na tenda de minha história e deixar um pouco de si em mim, e eu um pouco de mim no coração e na sua vida, desta forma saramos, sobretudo, as feridas que o tempo abre na nossa vida, pois a amizade é um óleo benéfico para a alma, felizes somos nós por sermos amigos. Desde o instante em que decidimos ser amigos, nos cativamos, criamos laços em Cristo que tendem a nos levar ao céu, que assim seja, pois o amor é o limite do céu, então devemos nos amar até q tudo se transforme em céu. que neste novo ano que desponta, possamos continuar nossa jornada, numa amizade a cada dia sincera e verdadeira, porque está edificada em Cristo. Este ano de 2012 é especial para mim, e nem precisa dizer o porquê rsrsrsr, ano de minha ordenação, que Deus me conduza e me conserve num bom propósito, e me ajude a entregar sempre mais a minha vida a Ele.  vc também sonha este sonho comigo, afinal, não se é padre sozinho, se deve subir ao altar de Deus para se entregar em sacrifício, levando consigo uma multidão de vidas, pois não há maior prova de amor que dar a vida pelo amigo.
continuemos nossa jornada até o céus de Deus, nossa pátria verdadeira, nossa felicidade sem fim. que Deus nos abençoe e nos guarde, volva para nós o seu olhar e nos conceda a sua infinita paz.
Com meu abraço e minha oração fraterna!
Sem. Danilo Santos.


O VERBO DESCIDO DO CÉU, ESTÁ ENTRE NÓS!

1No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. 2No princípio, estava ela com Deus. 3Tudo foi feito por ela e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. 4Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la.
6Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. 7Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: 9daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano.
10A Palavra estava no mundo — e o mundo foi feito por meio dela — mas o mundo não quis conhecê-la. 11Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. 12Mas, a todos os que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornar filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, 13pois estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo.
14E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade. 15Dele, João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim”. 16De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. 17Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo.
18A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer.


Estamos celebrando o natal do Senhor, sua vinda em nossa carne, Ele desceu do céu e assumiu a condição humana, para nos resgatar do poder da morte, para nos arrancar das trevas e nos por diante de sua Luz admirável. O texto a cima, o conhecidíssimo prólogo de S. João nos apresenta quem é aquele que veio ao nosso encontro.

Primeiro se deve observar que o início do texto joanino nos remete para a criação: No princípio” (Jo 1,1). O que havia no princípio de tudo, Nada, o mundo ainda estava informe, estava marcado pelas trevas, sem vida nenhuma, num caos total. Diante desta realidade tenebrosa uma esperança já despontava na História, já existia no seio de Deus a sua Palavra, o Logos, ou seja, o Verbo, aquele que vem da Boca do Altíssimo, a expressão de seu ser; não que ele fosse já uma criatura de Deus, não! Não podemos cair na heresia de pensar que a Palavra foi a primeira e mais perfeita criatura de Deus, pelo contrário, esta Palavra era o próprio Deus mesmo, pois, o texto nos remete a isso quando nos diz: “Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus” (Jo 1,1). Logo, percebemos que esta Palavra estava e vivia voltado para Deus, no interior do mistério de Deus, numa comunhão de amor e unidade indizível, professamos este mistério no Credo Niceno Constantinopolitano: “Deus de Deus, Luz da Luz, Deus Verdadeiro de Deus Verdadeiro, Consubstancial ao Pai”. Esta Palavra de Deus é, pois, eterna e onipotente.

A Novidade na história acontece, quando Deus Pai envia de certa maneira a sua Palavra sobre o caos da escuridão.  E foi por meio desta Palavra, que Deus criou tudo, deu vida ao que não existia, “Tudo foi feito por ela e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la” (Jo 1,3-5). A Palavra de Deus possui esta força criadora, ela é cheia de vida, ou melhor, ela é a Vida e por isso pode ser doada, Deus soprou a sua Palavra sobre o que não era ser, e tudo passou a existir, nos reportemos ao texto do Gênesis: “Deus disse” (Gn 1,3) = Barah = Palavra Criadora; as trevas que rodeavam o caos imenso, numa escuridão sem medidas, foram dissipadas pelo Esplendor da glória daquele que é a Luz de Deus, o fulgor onipotente da Luz venceu as trevas, abrindo um horizonte de vida nova na História da Humanidade.

Quando o Universo foi criado, tudo bem ordenado, como Deus Pai, o artífice de Tudo havia sonhado, Deus criou o universo para se encarnar, para vir ser um de nós, por isso criou o ser humano, Adão e Eva, justamente para criar comunhão com eles, mas, eis que diante do projeto de Deus, acontece como que um corte a dilacerar este projeto de Deus, pelo pecado de Adão e Eva, o caos volta a reinar, agora sobre o orbe já existente. Não que isto tenha acabado com o projeto de Deus de vir ao nosso encontro, não foi o pecado que acarretou a vinda de Deus, com ou sem o pecado de nossos primeiros pais, Deus viria ao nosso encontro, porque repito, Deus desde sempre quis se encarnar, desejou viver em nossa carne, todavia, O pecado de Adão e Eva, apenas apressou a chegada de Deus a nós, é a “Feliz Culpa que nos trouxe Tão Grande Redentor” como cantamos na noite santa da Vigília de Páscoa. A plenitude, a extremidade do Tempo chegou, e a Palavra de Deus pela qual o universo foi criado, veio do Pai, desceu dos céus para estar mais próximo da humanidade, quis fazer história conosco, eis à novidade inaudita:E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade” (Jo 1,14).  

Deus assume a nossa condição, não outro, mas Deus mesmo, se fez homem, assumiu o nosso destino, a nossa vida mortal. Certamente para Deus foi um aniquilamento desmedido, Ele sendo rico, onipotente, eterno, cheio de glória, se compadece de nós, se faz pobre, fraco, humilde, simples para nos enriquecer de sua glória, armou a sua tenda em nossa meio, veio ser ator no drama da história humana. A sua glória refulge em nossa condição, por isso dizia Sto. Irineu de Lyon: “A glória de Deus é o homem vivo, e vida do homem é a glória de Deus”. Esta glória que Deus ao se fazer carne veio comunicar a nós, é a capacidade de estarmos em comunhão com Ele, de caminharmos para Ele, de vivermos com o coração não direcionado para as trevas, mas para o céu, para a Vida. O Verbo de Deus vindo ao nosso encontro quis nos tornar divinos, veio restaurar a imagem ferida, para que o esplendor da divindade refulgisse em nós, de fato, como rezamos numa das Orações Eucarísticas: “Jesus Cristo deu-nos vida por sua morte”. sim! A encarnação já foi para Deus uma morte, pois se fomos criados para a Vida, antes temos que passar pela morte, próprio de nossa condição, frágil, limitada, perecível, e por isso, mortal.

Esta verdade nos é explicitada pelo grande teólogo Von Balthasar: Para o Verbo Eterno de Deus, “tornar-se homem já significa, para Ele, num sentido muito velado, mas bastante real, rebaixamento, e na verdade, como dizem muitos, rebaixamento muito mais profundo do que o próprio caminho da cruz... Assumir o homem significa precisamente: tomar sobre si seu destino concreto, juntamente com o sofrimento, a morte e o inferno na solidariedade com todos os homens”.

É bem verdade que a Encarnação caminha para a cruz, o Verbo as experimentou para nos comunicar a salvação que é a Vida imperecível. O Dom maior que o Verbo nos concedeu na sua encarnação foi nos tornarmos filhos de Deus, participantes da vida divina, “a todos os que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornar filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, 1pois estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo” (Jo 1,12-13); deu-nos o dom da filiação divina, somos herdeiros da graça, que grande Dom de amor o Pai pelo Filho nos concedeu, somos chamados filhos de Deus!

Outro dom que nos foi dado pela Encarnação do Verbo, foi o de podermos contemplar o Deus invisível, o Deus jamais visto, o nosso anseio de ver a Deus foi saciado, assim nos mostra o final do texto do prólogo joanino:A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer” (Jo1,18). A imagem pela qual fomos feitos, e que pelo pecado ferimos, é o Filho, “Ele é a imagem do Deus invisível” (Cl 1,15), isso implica em que fomos feitos para a eternidade, nele (Filho) nós experimentamos a graça de ver o Pai, de tocar a eternidade, de saborear as delícias do céu. Ao Verbo de Deus que se encarnou por nós e para a nossa salvação, seja dada a honra, a glória e o poder, pelos séculos sem fim!


quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Dos Sermões de São Bernardo, abade

 Na plenitude dos tempos, veio a nós a plenitude da divindade
Apareceu a bondade e a humanidade de Deus, nosso Salvador (cf. Tt 3,4). Demos graças a Deus que nos dá tão abundante consolação neste exílio, nesta peregrinação, nesta vida tão miserável.
Antes de aparecer a sua humanidade, a sua bondade também se encontrava oculta; e, no entanto, esta já existia, porque a misericórdia do Senhor é eterna. Mas como poderíamos conhecer tão grande misericórdia? Estava prometida, mas não era experimentada e por isso muitos não acreditavam nela. Muitas vezes e de muitos modos, Deus falou por meio dos profetas (cf. Hb 1,1). E dizia: Eu tenho pensamentos de paz e não de aflição (cf. Jr 29,11). E o que respondia o homem, que experimentava a aflição e desconhecia a paz? Até quando direis paz, paz e não há paz? Por esse motivo, os mensageiros da paz choravam amargamente (cf. Is 33,7), dizendo: Senhor, quem acreditou no que ouvimos? (cf. Is 53,1). Agora, porém, os homens podem acreditar ao menos no que vêem com seus olhos, pois os testemunhos de Deus são verdadeiros (cf. Sl 92,5); e para se tornar visível, mesmo àqueles que têm a vista enfraquecida, armou uma tenda para o sol (Sl 18,6).
Agora, portanto, não se trata de uma paz prometida, mas enviada; não adiada, mas concedida; não profetizada, mas presente. Deus Pai a enviou à terra, por assim dizer, como um saco pleno de sua misericórdia. Um saco que devia romper-se na paixão para derramar o preço de nosso resgate nele escondido; um saco, sim, que embora pequeno estava repleto. Pois, um menino nos foi dado (cf. Is 9,5), mas nele habita toda a plenitude da divindade (Cl 2,9). Quando chegou a plenitude dos tempos, veio também a plenitude da divindade.
Veio na carne para se revelar aos que eram de carne, de modo que, ao aparecer sua humanidade, sua bondade fosse reconhecida. Com efeito, depois que Deus manifestou sua humanidade, sua bondade já não podia ficar oculta. Como poderia expressar melhor sua bondade senão assumindo minha carne? Foi precisamente a minha carne que ele assumiu, e não a de Adão, tal como era antes do pecado.
Poderá haver prova mais eloqüente de sua misericórdia do que assumir nossa miséria? Poderá haver maior prova de amor do que o Verbo de Deus se tornar como a erva do campo por nossa causa? Senhor, que é o homem, para dele assim vos lembrardes e o tratardes com tanto carinho? (Sl 8,5). Por isso, compreenda o homem até que ponto Deus cuida dele; reconheça bem o que Deus pensa e sente a seu respeito. Não perguntes, ó homem, por que sofres, mas por que ele sofreu por ti. Vendo tudo o que fez em teu favor, considera o quanto ele te estima, e assim compreenderás a sua bondade através da sua humanidade. Quanto menor se tornou em sua humanidade, tanto maior se revelou em sua bondade; quanto mais se humilhou por mim, tanto mais digno é agora do meu amor. Diz o Apóstolo: Apareceu a bondade e a humanidade de Deus, nosso Salvador. Na verdade, como é grande e manifesta a bondade de Deus! E dá-nos uma grande prova de bondade Aquele que quis associar à humanidade o nome de Deus.

DEUS SE FEZ HOMEM, A LUZ DA SALVAÇÃO VEIO A NÓS!

Alegremo-nos todos no Senhor: Hoje nasceu o Salvador do mundo, desceu do céu a verdadeira paz!


Amados irmãos e irmãs, estamos na Oitava do Natal do Senhor, estamos celebrando na fé da Igreja durante oito dias o esplendor, da Luz, a alegria de salvação daquela Noite Santa onde o Orvalho caiu do céu e molhou os nossos corações, o Fruto de Eternidade foi plantado em nosso interior, a aurora de um Novo Dia despontou em nós. Uma Boa-Nova nos é anunciada: resplandece uma Luz sobre a escuridão da terra e sobre nossos corações, a bondade de nosso amado Deus se derrama sobre toda a humanidade e a salvação nos é concedida, porque um Menino nasceu e um Filho nos foi dado, é Jesus, o Nosso Salvador, o Verbo descido do céu, nascido em Belém no seio da Virgem Maria. É um admirável intercâmbio de amor, onde o céu se une a terra, o homem se une a Deus; exultemos de alegria por este grandioso dom e acorramos à manjedoura para adorar o menino Deus.


O NATAL NA VIDA DOS IRMÃOS

Na última segunda-feira fiquei muito admirado e ao mesmo tempo edificado com a fé de uma senhora de 92 anos que fui visitar e que se encontra enferma. Conheço esta senhora desde pequeno, era minha vizinha, tem me acompanhado desde cedo e mais ainda neste itinerário vocacional em preparação para o ministério sacerdotal. Ao conversarmos eu e um padre amigo com aquela senhora, ela nos falava do sofrimento que estava enfrentando, que não era fácil e é de se imaginar, para uma pessoa de idade tão avançada, ao mesmo tempo que nos comunicava seu sofrimento, também um sorriso reluzia em seu terno rosto, era a alegria de podermos nos reencontrar, sua felicidade nos fez experimentar a vida nova que o nascimento de Jesus vem nos trazer, de fato, Jesus nasce continuamente no coração daquela simples senhora, e ela nos faz experimentar qual suave é adorar Deus no coração e na vida de uma pessoa que é sua imagem e semelhança. Depois de um longo tempo de conversa, ela nos contou os padres que foram visita-la, para desejar-lhe saúde, paz e conforto físico e espiritual, de repente ela nos desmontou por inteiro, quando nos disse: “frente os sofrimentos e dores que nossa Igreja tem passado, pelas quedas e fraquezas de muitos padres, e ao vermos a rejeição de muitas pessoas até cristãs católicas, onde não dão credibilidade aos padres, eu afirmo o contrário, eu necessito constantemente do padre”. E continuava: “o padre é que nos acompanha do início até o fim de nossa vida, desde o batismo até a morte, por isso necessito do padre”. Ao escutar isto lembrava-me de uma pequena frase de Goethe sobre o sacerdote na vida das pessoas, citado por Joseph Ratzinger no seu livro: Dogma e Anúncio, lá dizia Goethe: “o sacerdote é uma das únicas pessoas que participa diretamente da vida de tantas outras pessoas, por meio dos sacramentos”.
Com este testemunho de fé ardente, tremia e temia em meu interior, as lágrimas saltavam-me dos olhos. Que fé!, que testemunho!, que caridade! Que confiança! Daquela pobre senhora.  De fato, ser padre é colocar a vida em sacrifício, é dar-se por inteiro para conduzir muitos filhos e filhas para Deus. para mim ter escutado aquelas simples, mas profundas palavras, me serviu para bater no peito e pedir perdão pelas vezes que não fui um homem de Deus, e por isso que ajudaram a querer crescer, e depois, me serviram de fortaleza para abraçar com mais amor e ardor o ministério presbiteral. Deus nos fala a cada dia pelo coração e pela vida de pessoas tão pobres, simples, humildes, porque o próprio Deus é assim, pobre, humilde e simples, eis o mistério do Natal!  

NASCEU JESUS SALVADOR!

“Um menino vai nascer para nós e será chamado Deus forte. N’ele serão abençoados todos os povos da terra”. (Is 9,6; Sl 71,17)

Celebrar o Santo Natal é viver a experiência bela e profunda do amor de Deus, que se manifesta no pequenino de Belém, que por Obra do Espírito Santo nasceu no seio bendito da Virgem Maria como nosso Senhor e Salvador. Verdadeiramente, no nascimento de Jesus, quando O Verbo do Altíssimo desceu do céu, se encarnou, ou seja, se fez homem por nós e para a nossa salvação, Deus veio fazer história conosco, ele quis desde sempre estar conosco para viver nossas alegrias e nossas tristezas, por isso se fez um de nós.
Com fé voltamos nossos corações para aquela noite santa, encerrada pelo silêncio, sinal de um mistério que estava guardado em segredo desde a criação do mundo, mas que no tempo certo seria revelado; na  simples e humilde aldeiazinha, a pequenina Belém, a casa do Pão, José e Maria, batiam nas portas das casas em busca de abrigo, para que o menino Deus pudesse nascer, bateram! Bateram! Mas, não lhes foi dado hospedagem, ninguém quis abrir as portas de suas casas. Que aflição! Enfim, depois de muitas idas e vindas, passando de casa em casa, José e Maria encontraram um lugar numa simples estribaria, no lugar habitado por animais que lá se alimentavam e dormiam. Lá numa pequenina manjedoura, o Deus Tão Grande, Tão Forte, o criador do céu e da terra, o Deus Onipotente que sustenta o mundo, se fez fraco, humilde, pobre, foi lá que ele nasceu. Podemos até imaginar:  Será que as pessoas de Belém sabiam que aquele menino que iria nascer era o Messias salvador? A princípio não, mas também é verdade que elas  esperavam pela vinda do Messias Salvador, pois inúmeras profecias anunciaram a vinda do salvador, embora não se sabia nem o dia e nem a hora. Todavia, deveriam estar preparadas, porém de uma forma ou de outra não quiseram que Deus tivesse um espaço digno na casa de suas vidas. Esperamos um Deus Grandioso, e esquecemos que Ele é grande, mas que se faz simples, para confundir os grandes, e assim foi feito.  Portanto, No humilde lugar onde os animais comiam, Deus estava posto, se revelando como o verdadeiro alimento descido do céu para nos alimentar. Alimentar nossa fome de amor, de paz, de ternura, de carinho e de felicidade.
Eis, amados irmãos e irmãs repito: um Deus Tão grande, mas que agora se fez tão pequenino, e a razão desta descida de Deus se tornando pequeno é unicamente porque nos ama. Ó que grande e sublime amor Deus tem para conosco! Quão grande e infinito é este amor! Ele sendo rei poderia ter nascido num grande castelo, mas nasceu numa manjedoura, porque seu reinado é de amor, doação e serviço, dom de si a nós. Quantas pessoas correram ansiosas e curiosas correram para ver o grande evento de salvação que aconteceu em Belém, basta recordarmos os pastores que deixando seus rebanhos acorreram ao encontro daquele menino que nasceu, os reis magos vieram de longe guiados pela estrela do oriente, sinal do Menino que é a Luz que vem iluminar todos os corações, enfim, todos vieram para  prestar toda honra que lhe era devida.
Jesus nasceu! Deus se fez homem! A promessa se cumpriu!  Com o coro celestial cantemos: Glória a Deus nas alturas! cantam os anjos em louvor ao amor de Deus que se derrama em nossas vidas. O Senhor como o orvalho da chuva desceu do céu, se fez homem, para que o homem se fizesse Deus, veio para nos divinizar, veio para nos dar à felicidade verdadeira.
 Se demos um espaço nas nossas casas para que Jesus pudesse nascer, pudemos viver o verdadeiro sentido do que é o Natal, sobretudo se lhe abrimos nossa casa interior, porque é nela que Deus feito homem quer habitar, se isto deveras aconteceu nossas Casas exteriores e interiores se tornaram Belém por longos dias e assim será para sempre, nossas casas puderam ser a morada do Filho de Deus. Nossas casas e nossas famílias puderam reconhecer que Deus está em seu meio, Deus armou sua tenda na tenda de suas famílias. Ó que mistério de amor! Este natal foi diferente, de tantos outros, porque Jesus foi o grande presente deste ano. Belém é aqui, aqui é natal!

que neste natal Deus derrame do céu toda benção e toda graça para que possa frutificar em saúde, amor, paz, justiça, fraternidade e felicidade, e nunca esqueçam podemos fazer e nossa vida um eterno natal, basta que permitamos com que Deus sempre de novo nasça na nossa história.



quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Ó REI DAS NAÇÕES

Santo dia a todos vós amados irmãos e irmãs em Cristo! Neste dia 22 de dezembro  na semana santa do Natal, a antífona ó nos mostra Jesus como o Rei das Nações, e Pedra angular que sustenta todo o universo.
Ó Rei das nações. Desejado dos povos;
Ó Pedra angular, que os opostos unis:
Oh, vinde e salvai este homem tão frágil,
que um dia criastes do barro da terra!
Todo o Israel viveu à espera do Libertador, do Messias, o enviado de Deus para restaurar e trazer a paz e a esperança para o povo oprimido, é bem verdade que a promessa que Deus fez de enviar o seu ungido a princípio se destinou ao povo santo de Israel, só que na verdade esta promessa se destinava a toda humanidade, pois, todas as nações suspiraram ardentemente pela vinda do Salvador; diante de uma humanidade debilitada, incapaz de caminhar para a terra prometida que Deus preparou, ferida pelo pecado que desencadeou um caos, vivia suspirando à chegada do Rei verdadeiro que dominaria não de forma opressora, mas com amor e ternura, edificando um reinado de paz e de justiça;  vemos o  suspiro deste orbe, que deveria ser reconstruído e ter como fundamento o próprio Cristo, o Ungido de Deus, como Salvador da humanidade, é Ele a Pedra Angular que sustenta todo o edifício do mundo, onde as nações da terra se ancoram. Por isso te suplicamos ó Rei esperado, vinde em nosso auxílio, socorre-nos em nossas fragilidades, pois sem  a tua graça ninguém é forte, ninguém é santo. Vem nos une, traz de volta a união entre os povos que se dividiram por causa do pecado, reina sobre nós, como nosso Senhor e Salvador.
VEM Ó MENINO DE BELÉM FAZ DE NOSSOS CORAÇÕES A TUA MANJEDORUA QUE É O TEU TRONO, SIMPLES E HUMILDE, PORQUE PARA NOS REDIMIR, VOS FIZESTES POBRE, ASSUMISTE NOSSA CONDIÇÃO PARA NOS CONDUZIR À GLÓRIA DE TEU REINO.

Da Exposição sobre o Evangelho de São Lucas, de São Beda Venerável, presbítero,

Magnificat

E Maria disse: A minh’alma engrandece o Senhor e exulta meu espírito em Deus, meu Salvador (Lc 1,46-47).
O Senhor, diz ela, elevou-me por um dom tão grande e inaudito, que nenhuma palavra o pode descrever e mesmo no íntimo do coração é difícil compreendê-lo. Por isso dedico todas as forças de meu ser ao louvor e à ação de graças, contemplando a grandeza daquele que é eterno, e ofereço com alegria minha vida, tudo que sinto e penso, porque meu espírito rejubila pela divindade eterna de Jesus, o Salvador, que concebi e é gerado em meu seio.

O Poderoso fez em mim maravilhas, e santo é o seu nome! (Lc 1,49).

Estas palavras se relacionam com o início do cântico que diz: A minh’alma engrandece o Senhor. De fato, só a alma em quem o Senhor se dignou fazer maravilhas pode engrandecê-lo e louvá-lo dignamente e dizer, exortando os que compartilham seus desejos e aspirações: Comigo engrandecei ao Senhor Deus, exaltemos todos juntos o seu nome (Sl 33,4).

Quem conhece o Senhor e é negligente em proclamar sua grandeza e santificar o seu nome, será considerado o menor no Reino dos Céus (Mt 5,19). Diz-se que santo é o seu nome porque, pelo seu poder ilimitado, transcende toda criatura e está infinitamente separado de todas as coisas criadas.

Acolhe Israel, seu servidor, fiel ao seu amor (Lc 1,54).

Israel é, com razão, denominado servidor do Senhor, porque, sendo obediente e humilde, foi por ele acolhido para ser salvo, como diz Oséias: Quando Israel era criança, eu já o amava (Os 11,1). Aquele que recusa humilhar-se não pode certamente ser salvo, nem dizer com o Profeta: Quem me protege e me ampara é meu Deus; é o Senhor quem sustenta a minha vida! (Sl 53,6). Mas, quem se fizer humilde como uma criança, esse é o maior no Reino dos Céus (cf. Mt 18,4).

Como havia prometido a nossos pais, em favor de Abraão e de seus filhos para sempre (Lc 1,55).

Trata-se da descendência de Abraão segundo o espírito e não segundo a carne, isto é, não apenas dos filhos segundo a natureza, mas de todos que seguiram o exemplo da sua fé, fossem eles circuncidados ou incircuncisos. Pois o próprio Abraão, ainda incircunciso, acreditou e isto lhe foi imputado como justiça.

A vinda do Salvador foi, portanto, prometida a Abraão e a seus filhos para sempre, isto é, aos filhos da promessa, dos quais se diz: Sendo de Cristo, sois então descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa (Gl 3,29).

É com razão que, antes do nascimento do Senhor e de João, suas mães profetizam, para que, tendo o pecado começado pela mulher, os bens comecem igualmente por ela; e se foi pela sedução de uma só mulher que a morte foi introduzida no mundo, agora é pela profecia de duas mulheres que se anuncia ao mundo a salvação



quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Ó oriente!!!!!!

A antífona ó deste dia 21 de dezembro na semana santa do Natal, nos apresenta a figura de Cristo como o Oriente:
Ó Oriente esplendor da luz eterna e sol da justiça; Vinde e iluminai os que estão sentados nas trevas e à sombra da morte”.
“O Oriens splendor lucis æternæ, et sol justitiæ
Veni et illumina sedentes in tenebris et umbra mortis”.

Cristo é o Sol nascente que desponta do Oriente e que vem para iluminar a vida dos que jazem nas trevas, dos que há séculos estão envoltos na escuridão do pecado. O Senhor vem para iluminar a estrada da nossa vida, para que possamos correr ao seu encontro, com as lâmpadas de nossa fé sempre acesas. Ele é o Sol da Justiça que nasce do Oriente, e este é o ponto firme, a âncora e o centro no qual todos nós podemos nos dirigir, entregando-lhe tudo o que somos e temos. Roguemos a Virgem Maria que ela nos leve ao seu Filho Jesus Cristo, o Sol do Oriente que no hoje e no sempre de nossa vida desce e vem nos visitar, vem ó Senhor sem demora dá-nos a graça da tua luz, para que em nós não haja espaço para as trevas.


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Ó CHAVE DE DAVI!

A antífona ó deste dia 20 na semana santa do natal nos fala de uma Chave de Davi, eis como reza a Igreja: “Ó Chave da casa de Davi, que abris e ninguém pode fechar, fechais e ninguém pode abrir: vinde libertar os que vivem no cativeiro das trevas e nas sombras da morte”.

"O Clavis David, et sceptrum domus Israel; qui áperis, et nemo claudit; claudis, et nemo áperit: veni et educ vinctum de domo cárcerís, sedéntem in ténebris et umbra mortis".

Estamos presos em nossos cativeiros existenciais em virtude do pecado que nos afugenta, nos aprisiona, e assim, não podemos caminhar para Deus, o mal nos impulsiona para o vale da escuridão, as trevas desta escuridão, nos cega, e afasta-nos do território santo de Deus, estamos longe da pátria bendita, da comunhão feliz e santa com nosso Criador e Senhor, as sombras da morte envolvem nosso ser, estamos num verdadeiro exílio, longe de Deus.
Por isso gemendo neste vale de lágrimas, mas com fé e esperança suplicamos a ti Senhor, ó Santo Messias, ó Chave da Casa de Davi, pela intercessão da Virgem Maria, Vem abrir as portas de nossos corações, e invade-nos  com o Brilho da Luz da Vida, ilumina-nos com o esplendor de tua glória, dissipa as trevas de nosso interior, Liberta-nos da escravidão do pecado, para que nosso coração seja a tua morada, um manjedoura viva e uma digna habitação, Vem ó Senhor Jesus, Vinde Salvar-nos!!!



A VIRGEM QUE CONCEBERÁ O FILHO!

Amados irmãos e irmãs em Jesus Cristo, santo dia a todos!

Desde o domingo a Santa Mãe Igreja em sua Liturgia nos convida a voltarmos nossos olhares para a Virgem Maria, a escolhida  por Deus para ser a Mãe do Salvador. Nela nós encontramos o protótipo da obediência, da fidelidade e do compromisso com Deus; Maria foi chamada para uma missão muito especial, gerar para o mundo o Filho de Deus, ela foi canal e meio de salvação para todos os povos da terra.

Deus criou homem e mulher para estabelecer com eles uma amizade profunda numa intimidade de corações, para uma aliança sem fim, chamou-os para a comunhão da vida divina, por isso que os criou à sua Imagem e Semelhança, capazes de Deus, esta é a Vida e Glória do Homem, sua autêntica vocação. Todavia, o homem e a mulher deixando-se levar pelo orgulho quiseram sobrepor o seu Criador, ou seja, quiseram ser maiores do que o Ele, quiseram por si mesmos ditar a norma da própria vida, tiraram Deus do centro de suas existências e se colocaram eles mesmos como o Centro da própria vida, já não queriam adorar ao Deus que os criou.

 Amados irmãos e irmãs, é o grande risco que corremos, sobretudo, em nosso tempo hodierno, ser maiores do que Deus, querer ditar as normas da própria vida, querer viver a auto suficiência de achar que não precisamos de Deus, que nos bastamos a nós mesmos, logo somos empurrados para o fosso da própria vida, para o abismo sombrio de uma existência vazia de sentido. E foi isto que aconteceu com o Homem e a Mulher, com Adão e Eva, estavam afundados no pecado, feriaram a imagem de Deus que traziam em suas vidas, a humanidade estava, pois encerrada num verdadeiro vale de lágrimas.

Deus que é o Sábio não os abandonou do poder da morte. Reparemos, se a história humana por um tempo caminhou para o fundo do abismo em virtude de um Homem de uma Mulher, Deus se utiliza de um Homem e de uma Mulher para reconstruir a história, o Homem é Jesus, o Filho Bendito da virgem, da Mulher chamada Maria.

No drama da história da salvação vemos as inúmeras mulheres que surgem, como por exemplo: Eva, Sara, Ana, Ester etc. todas elas eram figura e prefiguração da Grande Mulher, Maria, a Virgem que seria a mãe do Salvador, do Emanuel, o Messias, o Justo esperado. De fato, quantas e quantas mulheres não tiveram filhos prometidos por Deus, quantas maravilhas Deus realizou na vida destas mães, mas Deus estava preparando a Maravilha Maior, por isso os profetas na força do Espírito anunciaram esta Grande Maravilha de Salvação, diz-nos o profeta Isaías na primeira leitura da missa de hoje: “A Virgem conceberá e dará à luz um Filho e o seu nome será Emanuel” (Is  7,14).

Esta Virgem era Maria, Deus a escolheu e a revestiu com a sua graça, ornou-a com a veste da justiça e da santidade, pura e sem mácula para trazer ao Mundo o Herdeiro da Promessa, o verdadeiro Isaac, Adão, Samuel, o verdadeiro Rei não somente de Israel, mas de toda a humanidade, Jesus. Maria é a Virgem Filha de Sião, a Imaculada, a Grande Mãe de Deus. em Maria a obra da redenção seria iniciada, Deus veio visitar o seu povo, desde sempre ele é o Deus conosco, é o Deus da História, é o Deus Grande e simples que se revela na fraqueza, vem para assumir a nossa condição, para assim restaurar a Imagem dilacerada em duas partes pelo pecado de Adão e  Eva, para nos dar a capacidade de caminhar para Deus, para a glória, pois a Vida do homem é a glória de Deus. A Virgem Maria compreendeu que viver para Deus é se colocar sempre numa atitude de humildade e servidão de coração e de vida, pois como criaturas devemos viver para servir a Deus, num obséquio total de nossa própria vida, somos dele, ele é quem nos sustenta, é Ele quem nos guia.

Bendita és tu ó Virgem Maria, obrigado ó dulcíssima Mãe pelo teu sim, pela tua doação, ajuda-nos a responder sim ao teu Filho, a querermos o que ele quer, a desejarmos estar unidos a Ele, como servos, escravos de seu amor. Amém!   


Das Homilias em louvor da Virgem Mãe, de São Bernardo, abade

O mundo inteiro espera a resposta de Maria

Ouviste, ó Virgem, que vais conceber e dar à luz um filho, não por obra de homem – tu ouviste – mas do Espírito Santo. O Anjo espera tua resposta: já é tempo de voltar para Deus que o enviou. Também nós, Senhora, miseravelmente esmagados por uma sentença de condenação, esperamos tua palavra de misericórdia.

Eis que te é oferecido o preço de nossa salvação; se consentes, seremos livres. Todos fomos criados pelo Verbo eterno, mas caímos na morte; com uma breve resposta tua seremos recriados e novamente chamados à vida.

Ó Virgem cheia de bondade, o pobre Adão, expulso do paraíso com a sua mísera descendência, implora a tua resposta; Abraão a implora, Davi a implora. Os outros patriarcas, teus antepassados, que também habitam a região da sombra da morte, suplicam esta resposta. O mundo inteiro a espera, prostrado a teus pés.

E não é sem razão, pois de tua palavra depende o alívio dos infelizes, a redenção dos cativos, a liberdade dos condenados, enfim, a salvação de todos os filhos de Adão, de toda a tua raça.

Apressa-te, ó Virgem, em dar a tua resposta; responde sem demora ao Anjo, ou melhor, responde ao Senhor por meio do Anjo. Pronuncia uma palavra e recebe a Palavra; profere a tua palavra e concebe a Palavra de Deus; dize uma palavra passageira e abraça a Palavra eterna.

Por que demoras? Por que hesitas? Crê, consente, recebe. Que tua humildade se encha de coragem, tua modéstia de confiança. De modo algum convém que tua simplicidade virginal esqueça a prudência. Neste encontro único, porém, Virgem prudente, não temas a presunção. Pois, se tua modéstia no silêncio foi agradável a Deus, mais necessário é agora mostrar tua piedade pela palavra.

Abre, ó Virgem santa, teu coração à fé, teus lábios ao consentimento, teu seio ao Criador. Eis que o Desejado de todas as nações bate à tua porta. Ah! se tardas e ele passa, começarás novamente a procurar com lágrimas aquele que teu coração ama! Levanta-te, corre, abre. Levanta-te pela fé, corre pela entrega a Deus, abre pelo consentimento. Eis aqui, diz a Virgem, a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc 1,38).

sábado, 17 de dezembro de 2011

Meditação do Evangelho do 4º Domingo do Advento (Sem. Danilo Santos)

A santa Liturgia deste 4º domingo do advento nos insere na Semana Santa do Natal que vai do dia 17 ao dia 23 de dezembro, neste período a Igreja mergulhará no advento natalício, ou seja, na manifestação do Verbo de Deus em nossa carne, o mistério do seu santo nascimento. A Santa Mãe Igreja durante esta semana irá suspirar ansiosa e ardorosamente pela vinda do Messias que está para chegar.

Pois bem, neste domingo voltamos nossos corações  duas realidades que estão intimamente ligadas: Casa (templo) e Casa (dinastia). Entendamos estas duas realidades, na primeira leitura do Livro de Samuel, vemos o desejo do Rei Davi, de edificar para Deus uma casa, uma digna habitação, uma vez que a arca se encontrava embaixo e uma tenda. Davi queria dar ao povo um lugar para que ele pudesse cultuar a Deus. Entretanto, não era Davi quem deveria edificar o templo, mas sim, o próprio Deus; assim diz o Senhor:Porventura és tu que construirás uma casa para eu habitar?... Vou preparar um lugar para o meu povo, Israel: eu o implantarei, de modo que possa morar lá sem jamais ser inquietado” (2Sm 7,5.10). O desejo de Davi seria realizado não por ele, mas, pelo próprio Deus, uma vez que ele não habita num santuário construído por mãos humanas. Só que o importante aqui é que o Senhor Deus, não iria somente construir uma casa, enquanto Templo, mas, sobretudo, uma casa enquanto dinastia, reinado, descendência, essa era a grande casa que Deus deixaria para Davi e toda a ração de Israel, e também para todas as nações.

Em diversos momentos da história, a descendência de Davi parecia que iria ser exterminada, mas Deus que é fiel a salvou das mãos dos inimigos, porque ele tinha um desígnio de salvação a manifestar sobre ela; a sua aliança com a casa de Davi não poderia ser rompida, por isso nos diz o salmista: “Eu firmei uma Aliança com meu servo, meu eleito,/ e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor./ Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem,/ de geração em geração garantirei o teu reinado!” (Sl 88). A aliança do Senhor revela o seu grande amor, sinal de sua fidelidade para conosco, por isso que, deveria ser o próprio Deus a edificar a sua casa no meio das nações, a dinastia davídica não poderia terminar, é dela que Deus suscitará a seu Filho, o Rei, o Messias. Por isso que nos dizia ainda a primeira leitura sobre a grande promessa que Deus fez a Davi, mas que repito toca também ao povo de Israel, e sobretudo, a todas as nações, ei-la: “suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza. Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho”. (2Sm 7,14). É claro que num primeiro momento, se pode pensar no Filho de Davi nascido de sua carne, ou seja, Salomão, todavia, esta profecia se refere a alguém que é maior que Salomão, e que ao mesmo tempo é o verdadeiro Salomão, ou seja, o Rei da Paz, é o Messias, o Descendente de Davi, o rebento de sua estirpe, Jesus, o verdadeiro Rei de Israel, o Filho de Davi.

O Evangelho de S. Lucas nos aponta para esta grande dádiva de Deus, vemos o relato do anúncio do anjo à Virgem Maria, concluiu-se o tempo do reinado de Davi, agora na extremidade dos tempos, Deus manifesta o seu desígnio de salvação ao escolher uma pobre mulher da pequenina Nazaré, terra pobre e humilde, da qual surgirá o Rei que dominará com humildade e mansidão toda a terra, é dela que o mistério de salvação escondido a séculos, desde toda eternidade, será manifestado (Rm 16, 25.26).
A Virgem Maria estava prometida em casamento com um varão chamado José que era descendente de Davi. Eis o ponto exato que nos faz perceber em Jesus o cumprimento da promessa de Deus a Davi. É em virtude de seu Pai, José que Jesus torna-se descendente de Davi, é ele o Filho que garantirá o reinado, o Rei eterno e soberano. Filho não somente de Davi, mas, sobretudo, Filho do Altíssimo. É em Maria que esta promessa irá se cumprir, Deus a escolheu entre todas as mulheres da terra, cumulou-a plenamente de graça, antes mesmo da encarnação, quando fez dela imaculada, toda pura e toda santa por isso o anjo a saudou: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1,28). Maria é a casa, o Templo de Deus, onde ele irá habitar, onde o Verbo Divino será gerado humanamente na força do Espírito Santo, por isso, o próprio Deus a reveste com sua graça, tornando-a um Templo santo, uma morada digna. Deveras é Deus quem edifica a sua própria casa, sua morada e sua descendência.

Portanto, o Filho que nascerá do seio virgem de Maria é Jesus, o Filho do Altíssimo, o rei que estará eternamente sentado no trono de Davi para reger com justiça, paz e equidade, Reinará eternamente, e seu reino não terá fim. É verdade que a princípio Maria não compreendeu como se daria tão grande graça em sua vida, não é por virtude ou méritos próprios da Virgem filha de sião, mas por meio de Deus, pois é Ele que realiza a suas promessas, mas é bem verdade que ele sempre se utiliza dos seres humanos, não força a liberdade, assim nos dizia o evangelho:  “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus” (Lc 1,35).

Logo, Maria compreendeu a grande missão para a qual ela foi chamada, por isso numa entrega total, na obediência da fé (Rm 16,26), respondeu sim ao Anjo, a Deus e a humanidade: “Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” (Lc 1,38). O Sim que revela o grande mistério de salvação da humanidade escondido em sigilo desde toda a eternidade; toda a humanidade suspirava esperando ansiosamente, este sim, é o Fiat da nova criação, da restauração da humanidade, é como rezamos no ofício da imaculada: “Deus vos salve relógio que andando atrasado serviu de sinal  ao Verbo Encarnado”.  A ele, o único Deus, o sábio, por meio de Jesus Cristo, a glória, pelos séculos dos séculos. Amém! (Rm 16,27).




Das Cartas de São Leão Magno, papa

O mistério de nossa reconciliação

De nada serve afirmar que nosso Senhor, filho da Virgem Maria, é verdadeiro e perfeito homem, se não se acredita que ele também pertence a essa descendência proclamada no Evangelho.

Escreve São Mateus: Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão (Mt 1,1). E, a seguir, apresenta a série de gerações desde os primórdios da humanidade até José, com quem estava desposada a Mãe do Senhor.

São Lucas, porém, percorrendo em sentido inverso a ordem dos descendentes, chega ao começo do gênero humano, para mostrar que o primeiro e o último Adão têm a mesma natureza.

Com efeito, seria possível à onipotência do Filho de Deus, para ensinar e justificar os homens, manifestar-se do mesmo modo que aparecera aos patriarcas e profetas, como, por exemplo, quando travou uma luta ou manteve uma conversa, ou quando aceitou os serviços da hospitalidade a ponto de tomar o alimento que lhe apresentaram.

Mas essas aparições eram imagens, sinais misteriosos, que anunciavam a realidade humana do Cristo, assumida da descendência daqueles antepassados.

Nenhuma daquelas figuras, entretanto, poderia realizar o mistério da nossa reconciliação, preparado desde a eternidade, porque o Espírito Santo ainda não tinha descido sobre a Virgem Maria, nem o poder do Altíssimo a tinha envolvido com a sua sombra; a Sabedoria eterna não edificara ainda a sua casa no seio puríssimo de Maria para que o Verbo se fizesse homem; o Criador dos tempos ainda não tinha nascido no tempo, unindo a natureza divina e a natureza humana numa só pessoa, de modo que aquele por quem tudo foi criado fosse contado entre as suas criaturas.

Se o homem novo, revestido de uma carne semelhante à do pecado (cf. Rm 8,3), não tivesse assumido a nossa condição, envelhecida pelo pecado; se ele, consubstancial ao Pai, não se tivesse dignado ser também consubstancial à Mãe e unir a si nossa natureza, com exceção do pecado, a humanidade teria permanecido cativa sob o jugo do demônio; e não poderíamos nos beneficiar do triunfo do Vencedor, se esta vitória fosse obtida numa natureza diferente da nossa.

Dessa admirável união, brilhou para nós o sacramento da regeneração, para que renascêssemos espiritualmente pelo mesmo Espírito por quem o Cristo foi concebido e nasceu.

Por isso diz o Evangelista, referindo-se aos que crêem: Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus mesmo (Jo 1,13).

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Do Cântico espiritual, de São João da Cruz, presbítero

Conhecimento do mistério escondido em Cristo Jesus

Embora os santos doutores tenham explicado muitos mistérios e maravilhas, e pessoas devotadas a esse estado de vida os conheçam, contudo, a maior parte desses mistérios está por ser enunciada, ou melhor, resta para ser entendida.

Por isso é preciso cavar fundo em Cristo, que se assemelha a uma mina riquíssima, contendo em si os maiores tesouros; nela por mais que alguém cave em profundidade, nunca encontra fim ou termo. Ao contrário, em toda cavidade aqui e ali novos veios de novas riquezas.

Por este motivo o apóstolo Paulo falou acerca de Cristo: Nele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência de Deus (Cl 2, 3). A alma não pode ter acesso a estes tesouros, nem consegue alcançá-los se não houver antes atravessado e entrado na espessura dos trabalhos, sofrendo interna e externamente e sem ter primeiro recebido de Deus muitos benefícios intelectuais e sensíveis e sem prévio e contínuo exercício espiritual.

Tudo isto é, sem dúvida, insignificante; são meras disposições para as sublimes profundidades do conhecimento dos mistérios de Cristo, a mais alta sabedoria a que se pode chegar nesta vida.

Quem dera reconhecessem os homens ser totalmente impossível chegar à espessura das riquezas e da sabedoria de Deus! Importa antes entrar na espessura das labutas, suportar muitos sofrimentos, a ponto de renunciar à consolação e ao desejo dela. Com quanta razão a alma, sedenta da divina sabedoria, escolhe antes em verdade entrar na espessura da cruz.

Por isso, São Paulo exortava os efésios a não desanimarem nas tribulações, a serem fortíssimos, enraizados e fundados na caridade, para que pudessem compreender, com todos os santos, qual a largura, o comprimento, a altura, a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que ultrapassa todo conhecimento, a fim de serem cumulados até receber toda a plenitude de Deus (Ef 3, 17-19).

Já que a porta por onde se pode entrar até esta preciosa sabedoria é a cruz, e é porta estreita, muitos são os que cobiçam as delícias que por ela se alcançam; pouquíssimos os que desejam por ela entrar


sábado, 10 de dezembro de 2011

BENDITA ÁRVORE DA CRUZ





Tu ó Cruz, és minha máxima riqueza
É em Ti que eu encontro prazer (2x)
Viver aos teus pés, suspirar por Ti
Dormir o sono suave, desprendido sobre Ti.
Mergulhar nos teus mistérios, tornar-te conhecida e amada
Gloriosa Santa Cruz.
Por Ti eu encontrei o céu, permita-me ao túmulo descer
Abraçado em Ti, o árvore bendita, ó Bendita Árvore da Cruz.
Por causa do Reino feliz, feliz da eterna luz.(2x)
Infinita bondade, e única verdade, penhor da salvação.

Ao contemplarmos a cruz elevada no Gólgota, vemos um Deus que é forte, mas que se fez fraco, impotente, se esvaziou de si, para nos dar a sua vida e assim nos redimir. Deus é Todo Poderoso, mas seu poder se revela na sua servidão sem medidas, Ele é forte mas seu poder se revela na fraqueza porque é amor, eterna doação. Suas chagas abertas qual ferida de salvação a jorrar o sangue da vida eterna revelam o amor de Deus por nós, nela descobrimos o amor louco de Deus que revoluciona o mundo. (Sem. Danilo)

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A HISTÓRIA DE AMOR ENTRE DEUS E NÓS

Amados amigos e amigas existe um pergunta fundamental  que nem sempre nos damos conta de seu valor. ei-la: Quem é o Deus que cremos? o Evangelista João nos diz: Deus é Amor (1Jo 4,8), aqui não é um deus qualquer, mas É o Deus Uno e Trino (Pai, Filho e Espírito Santo) que é amor infinito e absoluto vive numa eterna doação,  e manifestou este amor na nossa história ao nos entregar o seu Filho único para nos salvar, qual ovelhas feridas pelo pecado. Ele veio, adentrou na nossa história, eassumiu a nossa ínfima condição para nos levar ao cume da Felicidade o céu, afinal é assim que rezamos no Ofício da Imaculada: para que o Homem suba as sumas alturas, desce Deus do ceú para as criaturas". estamos acostumados a ver que Deus é Poder em si, pelo contrário, Deus é a amor em si e ele revelou este amor na história. Que amor louco Deus tem por nós!, Jesus se inclinou a nós, foi aos nossos pés, foi ao nosso interior, alimentando-nos de um amor puro e verdadeiro, deu-nos a sua vida a nós, vida de amor eterno, e por fim, foi pregado no madeiro da cruz, o amor que une céu e terra, amor que abraça os quatro cantos do universo, amor que derrama seu sangue para curar a ferida da falta de amor em nós, nossas fraquezas, nossas decepções, nossas humilhações. Enfim, o amor se revelou e nos foi dado na Ressurreição de Jesus, quando deu-nos a vida eterna no dom do Espírito Santo derramado em nossos corações. A História de Deus conosco é uma história de amor, e só este amor é capaz de revolucionar o mundo.


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Do Tratado “A subida do Monte Carmelo”, de São João da Cruz, presbítero

Deus nos falou pelo Cristo
O motivo principal por que na antiga Lei eram lícitas as perguntas feitas a Deus, e convinha aos profetas e sacerdotes desejarem visões e revelações divinas, era não estar ainda bem fundada a fé nem estabelecida a Lei evangélica. Era assim necessário que se interrogasse a Deus e ele respondesse, ora por palavras, ora por visões e revelações, ora por meio de figuras e símbolos ou finalmente por muitas outras maneiras de expressão. Porque tudo o que respondia, falava e revelava, eram mistérios da nossa fé ou verdades que a ela se referiam ou a ela conduziam.
Agora, já estando firmada a fé em Cristo e promulgada a Lei evangélica nesta era de graça, não há mais razão para perguntar a Deus, daquele modo, nem para que ele responda como antigamente. Ao dar-nos, como nos deu, o seu Filho, que é a sua única Palavra (e não há outra), disse-nos tudo de uma vez nessa Palavra e nada mais tem a dizer.
É este o sentido do texto em que São Paulo busca persuadir os hebreus a se afastarem daqueles primitivos modos de tratar com Deus, previstos na lei de Moisés, e a fixarem os olhos unicamente em Cristo, dizendo: Muitas vezes e de muitos modos falou Deus outrora aos nossos pais, pelos profetas; nestes dias, que são os últimos, ele nos falou por meio de seu Filho (Hb 1,1-2). Por estas palavras o Apóstolo dá a entender que Deus emudeceu, por assim dizer, e nada mais tem a falar, pois o que antes dizia em parte aos profetas, agora nos revelou no todo, dando-nos o Tudo, que é o seu Filho.
Se agora, portanto, alguém quisesse interrogar a Deus, ou pedir-lhe alguma visão ou revelação, faria injúria a Deus não pondo os olhos totalmente em Cristo, sem querer outra coisa ou novidade alguma. Deus poderia responder-lhe deste modo: Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o! (Mt 17,5). Já te disse todas as coisas em minha Palavra. Põe os olhos unicamente nele, pois nele tudo disse e revelei, e encontrarás ainda mais do que pedes e desejas.
Desde o dia em que, no Tabor, desci com meu Espírito sobre ele, dizendo: Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o!, aboli todas as antigas maneiras de ensinamento e resposta. Se falava antes, era para prometer o Cristo; se me interrogavam, eram perguntas relacionadas com o pedido e a esperança da vinda do Cristo, no qual haviam de encontrar todo o bem – como agora o demonstra toda a doutrina dos evangelhos e dos apóstolos.