sábado, 29 de dezembro de 2012

A DIVINA FAMÍLIA DE NAZARÉ

Caros irmãos e irmãs em Jesus Cristo, neste domingo dentro das alegrias da oitava do natal celebramos a Festa da Sagrada Família. Em verdade, o natal é a festa da Família, este tempo é momento onde todas as famílias se reúnem e se encontram para celebrar e se confraternizar pelas alegrias vividas, com banquetes e com dons; mas também, e, sobretudo, o natal é a festa da Família, porque Deus, veio ao mundo e se fez homem, nasceu e cresceu no seio de uma família: Um Pai adotivo, José; uma Mãe, Maria e um filho, Jesus. Esta família é santa porque nela, o Deus Uno e Trino se revelou e para ela Deus tinha uma missão.

As leituras desta santa liturgia nos fazem descobrir o esplêndido valor que a Família possui. Comecemos pelo Evangelho, S. Lucas nos narra Jesus aos 12 anos no Templo; diz-nos que seus pais como pessoas piedosas e de fé sobem para Jerusalém para a grande festa da páscoa, aqui nós já percebemos que a Família de Nazaré era uma família que vivia nos caminhos de Deus, que caminhava para Deus. Pois bem, na viagem de volta José e Maria não percebem que o menino tinha ficado, depois de três dias o encontram no templo conversando no meio dos mestres e doutores da lei. Quando sua mãe preocupada e aflita lhe pede explicações, o menino Jesus diz: “Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai” (Lc 2,50). Aqui se revela para nós algo muito belo! Reparem, primeiro esta resposta de Jesus aos seus pais, revela que Ele tem esse amor e zelo pelo Templo e por Deus, porque Ele é filho de Deus, sua origem é divina, e por isso em obediência filial, deve viver e fazer a vontade de seu Deus e Pai, deve estar sempre em comunhão com ele, por isso tem esse amor e zelo. Entretanto, olhando para este jovenzinho de 12 anos, ele como homem, podemos perguntar: de quem ele aprendeu esse zelo pelas coisas do Pai que o faz estar no Templo rezando, partilhando os ensinamentos? A resposta não é difícil, por meio de seus pais, Maria e José, pessoas de fé e de amor a Deus, eles o educaram no amor a Deus.

Daqui nós entendemos que a família, os pais, devem a exemplo de Maria e José, serem uma família de fé, temente a Deus, que reza, que partilha a palavra de Deus e que por isso pode também educar os seus filhos na fé cristã, nos caminhos de Deus, ensinando-os a rezar as primeiras orações e rezando com eles, orientando-os para a catequese, vindo com eles para missa, enfim, conduzindo-os nos caminhos de Deus. Assim vamos construindo uma família sagrada, onde o ar que se respira é o desejo de sempre fazer a vontade de Deus.

Na primeira leitura, retirada do livro do Eclesiástico, nós encontramos algumas palavras dirigidas aos filhos, a eles e a nós no tempo presente o autor sagrado diz: “Honrai teu pai”, com estas palavras nós lembramos do 4º mandamento da Lei de Deus (Ex 20,12). E vejam, honrar quer dizer dar glória e dar todo respeito a alguém que é importante. Neste caso, os filhos são chamados a respeitar seus pais, porque eles são instrumentos do amor de Deus para doar a vida, nos pais nós contemplamos a imagem de Deus. Por isso os filhos devem em todo tempo e circunstância da vida respeitar o seu pai e sua mãe, escutá-los em seus pedidos e conselhos, amá-los, ser compreensivos, ser caridosos, não ser causa de desgosto para eles, ser obedientes, como o próprio Jesus que foi não somente obediente ao seu Deus e Pai, mas também aos seus pais humanos, assim dizia o Evangelho: “Jesus, era obediente aos seus pais” (Lc 2,51)

E existe, ainda algo muito importante, os filhos, na idade avançada de seus pais, ou na debilidade das doenças que os afligem, devem estar mais próximos ainda de seus pais, sendo-lhes um cajadinho de amor, de refúgio, devem amparar aqueles que um dia lhes ampararam; não devem cair no triste pecado de abandoná-los, nem desprezá-los, jogando-os em asilos, como se fosse alguém que não tem mais valor e que não presta mais para estar ao nosso redor; os filhos devem ter a paciência de suportar a fragilidade da idade e da lucidez e do esquecimento. Enfim, se vós amados filhos viverdes a caridade e o amor para com teus pais, neste tempo presente de tua vida, estarás juntando tesouros de salvação no céu, estarás amando ao próprio Deus que um dia te amou e te deu a vida.

Na segunda leitura, temos uma última exortação para todas as famílias: o dom da família nasce do amor de Deus, é este amor que une marido e mulher e faz gerar filhos, por isso que na vida familiar este amor deve ser constante, porque ele é a seiva que da vida ao coração da família, por isso o apóstolo Paulo nos exorta: “revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro”. O amor é a doação mútua ente pais e filhos, que se respeitam e que vivem uma comunhão e partilha de suas vidas, que mesmo em meio as dificuldades e dissabores que envolvem em muitas ocasiões a família sabem vencer estas adversidades, amando-se cada vez mais. E quem ama sabe também perdoar, quando um ou outro fraqueja e erra nas escolhas e decisões da vida que envolve a família. O perdão nasce do amor, as famílias se destroem, seja pela separação, pelo divórcio, pela traição, porque primeiro os cônjuges não sabem amar, mas fingem que amam, ou nunca se amaram; é fácil escutar alguém dizer: "eu me separei porque o amor que eu tinha por ele ou ela, acabou". Meu irmãozinho, não foi o amor que acabou, foi você que nunca amou, ou bricou de amar, porque o amor não se acaba, pois ele é eterno. consequentemente, quando não se há amor, porque os pais e os filhos  não se amam, não são capazes de ver no outro alguém tão fraco quanto ele, e por isso se tornam incapazes de dar ao outro o perdão.

Roguemos a Deus que a exemplo da sagrada família de Nazaré, as famílias de todo o mundo, sejam celeiros de vida e de amor, casas de oração, lugares santificados pela graça de Deus, cheios da paz, do amor e do perdão. Roguemos, pois a sagrada família a sua intercessão: Jesus, Maria e José, a nossa família vossa é. Amém.



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