terça-feira, 31 de janeiro de 2012

JESUS, O ORANTE E MESTRE DA ORAÇÃO

Há uma união íntima entre Jesus e o seu Deus e Pai, em todos os aspectos de sua vida, enquanto Filho muito amado, quero apontar um destes aspectos que vejo como importantíssimo: O tempo de oração. Jesus certamente como um bom judeu, dedicou um bom tempo de sua vida em Nazaré, em momentos de oração ao seu Deus e Pai, também é possível vermos Jesus em oração, durante os quarenta dias que passou no deserto, durante sua atividade apostólica, como o Enviado do Pai para restaurar o mundo, vemos inúmeros momentos de oração seja durante o dia, seja durante a noite.
Nos evangelhos, Jesus aparece por diversos ocasiões, em oração, momento este de profunda intimidade com o Pai, momento no qual se revela de forma esplêndida o seu ser Filho. Quero destacar aqui, momentos importantíssimos nos quais Jesus está em profunda oração. Vejamos, Jesus se coloca em oração quando vai escolher os seus doze discípulos (Lc 6,12), reparemos que Jesus sobe à montanha, e como bem sabemos, ela  é o lugar do encontro com Deus, lá passou a noite toda em oração ao seu Deus, depois, escolheu os que ele quis. Depois, vemos Jesus em oração muito particular (Lc 9,18), na confissão de Pedro, quando este proclama que Jesus é o Cristo de Deus. os momentos solenes de oração de Jesus continuam ainda no momento em que ele manifesta a glória de sua divindade no Tabor, no evento da Transfiguração, o evangelista Lucas nos descreve que: “tomando consigo a Pedro, João e Tiago, ele subiu ao monte para orar” (Lc 9,28).
Na última ceia, qual nova páscoa, na qual ele anuncia ao mundo, pelo dom de sua entrega sacrifical como cordeiro imolado sem mancha alguma de pecado, vemos Jesus em oração, no Getsêmani, vemos o gesto de entrega e abandono de Jesus, enquanto Filho nas mãos de seu Deus e Pai, assim nos diz o texto sagrado: “Ele saiu e, como de costume, dirigiu-se ao monte das Oliveiras. Os discípulos o acompanhavam. Chegando ao lugar, disse-lhes: “orai para não cairdes em tentação”. E afastou-se deles mais ou menos a um tiro de pedra, e, dobrando os joelhos, orava” (Lc 22,39-41). Nesta cena vemos Jesus prostrado por terra em oração humilde e suplicante, entregando-se inteiramente ao seu Deus.  No calvário, vemos também, Jesus em oração, momento cruento, marcado pela dor, pelo sofrimento, pela angústia de ser vítima pelos pecados da humanidade. Estendido na ara da cruz, vemos Jesus não de uma forma doce, mas em total sofrimento, se entregando de forma orante ao seu Deus, vemos o seu esvaziamento, uma verdadeira quenose, na qual ele entrega tudo, tudo, até mesmo aquilo que o une intimamente ao Pai, a ponto de vermos sair de seus lábios um trecho do Salmo que diz: “Pai em tuas mãos entrego o meu Espírito” (Sl 31,6). Ainda no calvário, estando Jesus pregado na cruz, vemos o seu brado orante, mas que também é sinal do abandono que ele sente em virtude de sua proximidade com o pecado da humanidade, consequência de sua livre e amorosa aceitação. Jesus pronuncia outro trecho de um salmo rezado pelos judeus, “Meu Deus, Meu Deus por que me abandonaste?” (Sl 22,2).
Existem ainda diversas ocasiões que contemplamos Jesus em oração, basta recordarmos os momentos antes de alguns milagres ele erguia os olhos aos céus rogando ao Pai, invocando ao seu Deus. Também, depois das jornadas do dia, no cair da tarde, depois de despedida as multidões, vemos Jesus adentrando em oração, como que para render graças a Deus pelas inúmeras graças realizadas na vida de muitos daqueles filhos e filhas sofredores que se aproximavam dele para receber a vida nova, certamente era como se Jesus estivesse a oferecer ao seu Deus e Pai, todas aquelas vidas que passaram no caminho de sua vida, toma ó meu Pai, são teus!.
Jesus é o modelo de homem de oração, ninguém mais do que Ele soube rezar, soube viver momentos de profunda experiência com Deus. Eis o grande Mestre da oração, nos unamos a Ele em louvor e oração humilde, e aprendamos como deveremos rezar, nossa oração só é válida, na medida que estiver unida à oração de Jesus e procurar que ela seja eco, um prolongamento da sua, a ponto de nossa oração ser sempre ao Pai, por meio do Filho na força do Espírito, é no Espírito do Filho que foi derramado em nossos corações que deveremos rezar.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O CAMINHO DA VIDA PERFEITA

Dentro do coração humano há uma inclinação para algo transcendente, para a perfeição infinita que é Deus. Entretanto, o ser humano sabe e reconhece suas limitações, tem plena consciência de que é fraco para elevar-se ao Transcendente, sabe que por si mesmo não pode atingir esta vida perfeita. Por conseguinte, Deus concede aos seus filhos, um meio eficiente, que une as duas partes, humana e divina, este mediador é o seu Filho Jesus. Na extremidade dos tempos, Deus Pai o enviou a nós, o caminho que parecia difícil de ser trilhado, agora se abre de forma nova para a humanidade. Jesus, é o Mestre que nos ensina não somente o que deveremos fazer, mas, sobretudo, o que deveremos ser para estar com Deus. Jesus, Deus e homem, é modelo de uma vida perfeita, revela-nos a perfeição do Pai, revela-nos a nossa perfeição. Em Jesus, nosso companheiro de jornada, podemos tocar, sentir, ouvir o Eterno. Ele foi apresentado por seu Deus e Pai como sua imagem, é assim que S. Paulo nos diz: “do Deus o invisível é a imagem” (Cl 3,16), todavia, desde toda a eternidade, Deus nos “predestinou a ser conforme à imagem de seu Filho” (Rm 8,29).
Essa é a nossa vocação: a comunhão com o Deus Uno e Trino. Para isto temos um caminho, uma via eficiente, que é o próprio Jesus, “Ele é o caminho que nos leva ao Pai” (Jo 14,6). Em toda a sua vida, por palavras e por obras, o Filho do Deus Eterno, mostrou-nos o caminho para podermos nos aproximar da perfeição do Pai. E este caminho se faz pela imitação de Cristo, ou seja, o cristão deverá buscar assemelhar-se com Jesus.
Se Jesus é o Mestre, Ele nos ensina a viver, e isto ele o faz com toda a sua vida, a ponto de ser para nós uma norma de conduta de como podemos viver bem. Somos impelidos a imitar Jesus, e é isso que nos diz S. Pedro: “deu-nos um exemplo a seguir, para que sigamos seus passos”. Não são os seus exemplos exteriores, mas, sobretudo, as disposições interiores do coração e da vida de Jesus, que deveremos imitar, somos encorajados por S. Paulo: “tende em vós os mesmos sentimentos de Cristo.
 Na simplicidade de nossa vida e condição, não tenhamos medo de por a nossa vida, o nosso destino, no caminho que Jesus vai nos conduzindo, temos que nos abandonar nesta caminhada com o Senhor, sem questionarmos os porquês das coisas, mas unicamente confiando Nele, vamos seguindo as pegadas que Jesus vai deixando no solo de nossa existência. Desta maneira, seguindo  e imitando Jesus, iremos “refletir em nossa existência o rosto e a glória do Senhor” (2Cor 3,18), seremos transformados nele, e assim atingiremos a perfeição.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

DIANTE DE JESUS NOSSA DOR SE TRANSFORMA EM ALEGRIA

Bom e santo dia queridos amigos e amigas, a vós graça e paz da parte de Nosso Senhor Jesus Cristo.  Estava a pouco lendo um livro de espiritualidade, sobre a Eucaristia, intitulado: “Com o coração em chamas”, do Pe. Henry Nowen, e vi uma expressão que me deixou impressionado, a refelxão se baseava no relato dos díscípulos de Emaús, que iam pela estrada da vida, com o olhar vago, triste, as palavras que se davam ficavam soltas no ar, em virtude da perda daquele Homem que um dia no itinerário da vida daqueles dois discípulos, mudou suas vidas por inteiro. A refelxão se lançava para a nossa vida cotidiana e nos fazia ver como nos apresentamos muitas vezes diante de Jesus Eucarístico, certamente nos pomos diante dele, marcados pelo cansaço, pela dor, tristezas, sofrimentos, enfim, pelas perdas da vida, com nossa alma chorosa; daí a expressão partia de um dos conselhos evangélicos de Jesus no sermão da montanha, ei-lo: “Felizes os que choram porque serão consolados". É um anúncio esquisito, daqueles que nossa pobre razão não consegue compreender, mas esta é a verdade, quando nos apresentamos diante de Jesus Eucaristico, podemos ir com o coração e a alma, todo o nosso ser esbagaçado, ferido e angustiado, alegres, tristes, depressivos, mas lá está o trono da graça, lá está o alimento que nos revigora, lá está Deus que nos espera para nos consolar e nos dar a vida plena, para consolar nosso coração e sarar nossas feridas. A expressão que me causou um impacto foi: "DE ALGUMA FORMA, NO MEIO DE NOSSAS LÁGRIMAS, ESTÁ ESCONDIDO UM DOM". O que deveremos fazer ao nos por diante de Jesus em nossa condição existencial é unicamente, derramar o nosso coração em sua presença, aqui estou Senhor como sou, e o Senhor volve o seu olhar de amor e compaixão para conosco, e com a força do Espírito que brota de si, ele vai nos restaurando, daquela lágrima que machucava a nossa alma, Deus retira a semente da vida nova, da vida feliz. Na Eucaristia, nosso pranto se transforma em alegria, em gratidão, porque a própria Eucaristia é Ação de graças, é dom; por isso nossa vida deve ser uma eterna eucaristia a Deus, dar graças a Deus pelos inúmeros beneficios que ele nos concede, demos nossa vida como dom a Ele, pois ele eternamente dá a sua vida como dom para cada um de nós. A ti ó amado Deus, escondido sob o veú do Santissimo sacremento, seja dada a honra e o louvor pelos séculos, dos séculos. Amém


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

UM AMIGO NÃO SE COMPRA, SE CATIVA

TRECHO DO LIVRO: O PEQUENO PRÍNCIPE

A Raposa..“(...) Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. (...) Por favor... cativa-me! disse ela. (...) A gente só conhece bem as coisas que cativou (...) os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me! Que é preciso fazer? perguntou o principezinho. É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei para o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...”
NOTA PESSOAL:

NO MUNDO HODIERNO SE FALA MUITO EM TER RELACIONAMENTOS, AO VER E OUVIR ISSO FICO A ME PERGUNTAR: “SERÁ QUE AS PESSOAS SABEM O QUE É UM RELACIONAMENTO?” OBVIAMENTE PERCEBO QUE NÃO, POIS, VEMOS “RELACIONAMENTOS” QUE VÃO SENDO CONSTRUÍDOS SEM O COMPROMISSO, A RESPONSABILIDADE, O RESPEITO, O CARINHO, A VERDADE, A CARIDADE, O CUIDADO, O AMOR, SÃO REALACIONAMENTOS MARCADOS PELO MERO INDIVIDUALISMO, QUE SE TRANSFORMA EM EGOÍSMO, OU SEJA, OS RELACIONAMENTOS HODIERNOS SE DÃO DA NOITE PARA O DIA, NA VERDADE O OUTRO É PARA MIM, OBJETO DE MEUS DESEJOS E SATISFAÇÕES, ISTO EU ME REFIRO EM TODOS OS ÂMBITOS DOS RELACIOANEMTOS HUMANOS. É O TEMPO QUE AMADURECE OS RELACIONAMENTOS, POIS O IMPORTANTE É O CONHECIMENTO DE SI E DO OUTRO, É PREMITIR QUE AS MÁSCARAS CAIAM POR TERRA SEMPRE DE NOVO. NOS RELACIONAMENTOS FALTAM A ARTE DO CATIVAR, E COMO BEM CONHECEMOS A HISTÓRINHA DO PEQUENO PRINCÍPE NO SEU ENCONTRO COM A RAPOSA, PODEMOS NOS PERGUNTAR: O QUE É CATIVAR? CATIVAR É CRIAR LAÇOS! LAÇOS AQUI NO SENTIDO DE DUAS VIDAS, SE TORNAREM UMA SÓ, DE AMAR, DOAR-SE, CUIDAR, POIS QUEM AMA CUIDA, E SÓ QUEM ZELA, QUEM TEM O DOM DO CUIDADO PODE CONSTRUIR RELACIONAMENTOS SADIOS, VERDADEIROS, E SER CAPAZ DE AMAR DE FORMA DESINTERESSADA; CATIVAR É  VER O OUTRO NÃO COMO UM INFERNO PARA MIM, MAS COMO UM PARAÍSO, POIS DEUS NOS CRIOU NÃO PARA O ISOLAMENTO, MAS PARA VIVERMOS A COMUNHÃO FRATERNA, O AMOR MÚTUO, SOMOS REFLEXOS DO AMOR DE DEUS,  PENSAMENTOS IRREPETÍVEIS DE DELE. O OUTRO DEVE SER ÚNICO PARA MIM, DEVO AMA-LO COMO SOU AMOR POR DEUS. CATIVAR É ESTAR PRONTO PARA VIVER A PARTILHA DA PRÓPRIA VIDA, SEJA NA ALEGRIA OU NA DOR, CATIVAR É TOMAR O AMIGO PELA MÃO, É REERGUÊ-LO QUANDO ELE CAIR, É SER COMO PONTE LEVANDO-O PARA DEUS. LEMBREMO-NOS AMIGOS NÃO SE COMPRAM, ATÉ PORQUE SÃO SE TÊM LOJAS DE AMIZADE, AMIGOS SE CATIVAM.


terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A CRISE INTERIOR DOS SERES HUMANOS

Em nossos tempos vemos uma grande crise interior na vida de muitos seres humanos, as pessoas estão como que vazias interiormente, um poço vazio, de profundidade incalculável. Certamente, poderíamos nos perguntar: o que tem gerado esta crise? A resposta salta aos nossos olhos, a partir daquele grande passagem escriturística que nos diz: “onde está o teu tesouro, aí está teu coração” (Lc 12,34). É aqui o ponto exato para identificarmos a causa geradora desta crise interior dos seres humanos, onde é que as pessoas estão depositando os seus corações, as suas decisões, as suas vidas? Onde está o tesouro da vida humana? Infelizmente, e é triste dizer isso, as pessoas tem perdido o senso verdadeiro daquilo que é precioso em nosso viver, ou seja, muitos vivem sem nenhuma perspectiva de vida, vivem sem futuro, a ponto de lançar a própria vida na lama da mediocridade, por exemplo, vejamos o que as pessoas escutam hoje em dia, músicas marcadas por depravações, orgias, palavrões, deturpação da beleza humana, da integridade do ser humano, enfim são “arrotos de podridão sem proporções”, mas por incrível que pareça são justamente estes sons deprimentes, que adentram no interior das pessoas e, portanto, embalam o ritmo de suas vidas.
Depois, o que as pessoas veem, também tem deixado influências fortes no interior da vida humana, pena que as pessoas já estão tão hipnotizadas e cegas que não percebem, elas gastam horas e horas na frente de um TV para acompanharem um programa fútil até de mais, o chamado BBB, que a poucos dias quando houve uma espécie de cena de estupro onde foi veiculado por todos os meios de comunicação, cheguei a escutar uma afirmação de uma mente débil, mas que revela a crise interior da vida de muitos seres humanos: “num programa de família, não podem acontecer estas coisas”. Como alguém pode denominar esta aberração de programa como um PROGRAMA DE FAMÍLIA, primeiro, nãos e sabe na verdade o que é a família, ou a beleza divinal que está por trás desta instituição sagrada, mas que hoje em dia tem sido muito deturpada, ao invés de termos famílias, temos fami-ilhas, ou seja, pessoas que vivem na mesma casa, mas cada um em seu quadrado, sem laços profundos de amor. Pois bem, são largos minutos que as pessoas têm gastado para encher a mente de bobagens, futilidades, pornografias, entre outras. E o incrível, é que as pessoas pensam que esta fossa intelectual enaltece a pessoa humana, de novo digo, pobres mentes débeis que pensam assim.
Nestes dois exemplos que citamos, vemos o que adentra na vida interior das pessoas, o que elas veem e o que ouvem, e isto faz com que seja criada uma névoa escura, que cega, destrói, paralisa o interior humano. É como um câncer que se não cuidarmos, ele se espalha, qual metástase, e logo, vai nos matando aos poucos, e quando menos espera, as pessoas perdem o sentido de viver, até estão vivas, mas suas existências já se encontram sepultadas.
Esta crise interior, também é causada por um mundo hostil a Deus, não temente a Deus, “um mundo cão”, na linguagem de nosso povo. Onde Deus habita, diz-nos Sto. Agostinho: “no interior do homem habita a verdade, e a verdade é Deus”. de fato, quando o homem tira Deus do centro de sua vida, passa a viver num mundo de faz de contas, o mundo encantado da falsidade e da mentira, que aparentemente está lhe dando a felicidade, mas que na verdade está lhe tirando a possibilidade de ser feliz em forma plena. Deus é o mestre interior é Ele quem nos orienta, é Ele quem nos mostra onde está a felicidade, aquilo que é justo, salutar e verdadeiro. Deve ser Ele o nosso maior tesouro, é nele que deve estar nosso coração, ao olharmos para ele, conhecemos quem nós somos e o que devemos ser, ao escutarmos sua voz, percebemos a verdadeira Boa notícia, o seu Evangelho a nos orientar e nos mostrar onde deveremos edificar nossa casa existencial.
Devemos pedir a cada dia, por meio das santas palavras do salmista: “Senhor inclinai meu coração para vossas palavras, conduzi-me pelo caminho de vossos mandamentos e fazei conhecer a vossa estrada” (Sl 119, 36.35). com Deus sendo nosso eterno mestre interior, nossa vida tem futuro, tem sentido verdadeiro, é alegria, paz em abundância. Aprendamos pois, a viver na escola de Cristo, quais discípulos que anseiam por aprender a melhor forma de viver, pois só o Divino Mestre pode nos mostrar o caminho da Vida, mas para isso, não podemos nos distrair pelas balburdias da vida, mas como Maria, deveremos, “guardar tudo em nosso coração”( Lc 2,19), sem deixar com que nenhuma palavra caia por terra.   

"Quero encontrar o tesouro
O céu que está em mim
Mergulho dentro de mim
Encontro o Deus, o Deus de minh'alma

A oração, o silêncio me levam ao encontro
Um lugar escondido no meu coração

Adorarei no silêncio divino
A beleza do céu
Um Deus tão próximo esperando por mim
Por mim

Essa presença divina
Faz crescer meu amor
Me entrego, me dou
Como hóstia de amor

sábado, 21 de janeiro de 2012

"No Caminho da vida, deixemos tudo para ganhar O Tudo" (reflexão do III domingo do Tempo Comum - por Sem. Danilo)

O Santo Evangelho de hoje nos chama a duas propostas essenciais para a nossa vida e caminhada de fé, pelas quais nos aproximamos do convívio com Deus, vejamos: "Convertei-vos o Reino dos céus está perto" e depois "Crede no Evangelho". Nossa vida é uma longa caminhada para um lugar específico, este lugar é a comunhão com Deus, pois fomos feitos por Ele e para ele. Todavia, nesta longa caminhda enfrentamos diversos obstáculos que nos derrubam, e assim caindo nos machucamos, e as feridas que são abertas, parecem difíceis de serem cicatrizadas, e estas quedas são fruto do pecado que há em nós. Por isso Sempre de novo e a cada dia precisamos de uma mudança por inteiro em nossa vida, não uma mudança física, mas espirtual, interior,  uma vez que nos deixamos levar facilemente pela vida de pecado, nesta caminhada para o Senhor, qual estrada certa, somos tentados a nos desviar e assim, abandonamos o caminho de Deus. Somos chamados a uma conversão constante,  quando caímos, não podemos desanimar ou pensar que não vale a pena prosseguir a caminhada, a vida é marcada por altos  e baixos, mas fomos feitos para o alto, por isso que com coragem Deus nos chama: “Levanta-te e põe-te a caminho” (Jn 3,1). É preciso ter a coragem de levantar-se das quedas do pecado e retomar o caminho, não vamos sozinhos, o Senhor Jesus caminha conosco. No evangelho de hoje nós também vemos o convite de Jesus para caminharmos com Ele, a este convite os discípulos não renegaram , nem se quer fizeram perguntas, questionamentos, apenas, imediatamente, deixaram tudo e seguiram a Jesus (Mc 1, 17.19). Levantemo-nos, convertamo-nos, é preciso viver a renúncia de si e do que nos afasta de Deus.  Permitamos que o Senhor nos mostre o caminho certo que nos conduz à felicidade plena, à verdade sobre nós mesmos. Deus está sempre pronto a acolher  sempre de novo o nosso sim de querer se reeguer e começar uma nova jornada, pois Ele é “piedade e retidão, e reconduz ao bom caminho os pecadores” (Sl 24,8-9). Nesta caminhada encontramos também quem no apresente doutrinas, vivências e propstas de vida até então tentadoras, mas não deixemo-nos levar por qualquer espécie de doutrina estrannha, creiamos no Evangelho, pois é nele que encontramos o caminho da Vida. Amados irmãos o Reino dos céus e o Evangelho são uma pessoa, Cristo; e nele, nós encontramos a certeza do céu, não é no que é passageiro, no que se acaba com o tempo.
 Na segunda leitura de hoje tem uma expressão que serve para entendermos que tudo neste mundo é passageiro, que não devemos viver como se tudo terminasse aqui, nesta terra de exílio, como se Deus nos tivesse criado para o vazio, para o que é efêmero, pois bem vejamos o que nos diz São Paulo na primeira carta aos coríntios: " Eu digo irmãos: O tempo está abreviado, ... vivam como se não possuissem coisa alguma, pois a figura deste mundo passa". De fato o Nosso tempo está abreviado, estamos inseridos no fim dos tempos, o Senhor já veio, mas virá uma segunda vez, ele é o Reino dos céus, não nos apeguemos demasiadamente ao que é material, efêmero, o próprio evangelho de hoje nos mostra qual deve ser nossa atitude, nos mostrando o exemplo de fé dos discípulos que ao escutarem o chamado de Jesus deixaram tudo e o seguiram, pois bem, voltemos nossos corações para o que é eterno, para Deus que em Jesus nos dá tudo, nele nós encontramos o Reino da felicidade sem fim. Neste caminho da vida devemos deixar tudo para ganharmos o tudo.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

o Senhor nos chama para estarmos com Ele - III

Estando no monte com os discípulos, diz-nos o Evangelho: “foram até ele. 14Então Jesus designou Doze, para que ficassem com ele e para enviá-los a pregar”. Primeiro, se os discípulos foram até Jesus, foi porque Jesus os chamou, e o próprio texto escriturístico nos revela isso. Jesus nos chama, e aqui este chamado tem uma força poderosa muito grande, ele indica ser de alguém, ser propriedade exclusiva dele, seus por inteiro, somos a porção de Deus. Também indica compartilhar a mesma autoridade e o poder de Deus, não sendo ou querendo ser maiores que Deus, mas sendo continuadores da missão do próprio Jesus, palmilhando nas pegadas de dele, porque ser discípulo é viver em tudo a vida do Mestre, é ser aprendiz dele, aprender a ser como o mestre, por isso que numa expressão mui sábia de Bento XVI: “seguir Jesus é imitá-lo”. O Senhor Jesus também nos interpela, ele nos convida desde nosso batismo para trilharmos os seus caminhos, somos dele, quem adere a Jesus já não pertence mais a si mesmo, somos todos teus ó Senhor Deus, tu nos atraístes para perto de ti, nosso viver consiste em imitar-te, seja a nossa vontade a tua vontade, seja o teu querer o nosso querer.
Depois, Jesus, chamou-os para estar com eles, ou seja, não de uma forma rápida, breve, ou que passa um tempo e depois vai embora, não! Este “estar com Jesus” indica ficar por toda a vida, Jesus chamou-os para permanecer na intimidade, para partilhar as vidas, para que eles vivessem segundo o Senhor.e há uma beleza muito grande nisso, porque, permanecer com o Senhor, permite que nos tornemos uma só vida com Ele, por isso que o evangelho de Marcos faz questão de depois desta permanência dos discípulos com Jesus, mostrar sempre em diversas ocasiões está Jesus e ao seu redor os seus discípulos.
 É muito importante está atitude de permanecer com o Senhor Jesus, o Divino Mestre, porque, assim como os discípulos iriam conhecer os segredos do caminho de Jesus, também nós vamos nos deixando moldar pelo nosso divino esposo, Ele vai infundindo em nós os seus sentimentos, de modo que o discípulo vai se tornando outro Cristo, o pequeno mestre como Grande Mestre, estar com o Senhor aprender com Ele, tal qual um aprendiz, a vida do Mestre é a vida do discípulo.
Depois de ser chamados pelo Senhor e de permanecerem com ele na morada do Senhor, numa escola de aprendizado, o Senhor os envia a anunciar não si mesmos, não uma idéia, não uma doutrina, não um conjunto de palavras soltas ou de fantasias, não o discípulo, porque é enviado, se torna um apóstolo, não por si mesmo ou para si mesmo, mas para outro, ele é enviado a anunciar o Reino de Deus, a Boa-Nova de Salvação, é chamado a anunciar uma Pessoa que é Cristo, por meio de Cristo todos têm acesso ao Reino de Deus, a Deus Pai. Torno a repetir, o discípulo que é enviado por Jesus deve fazer o mesmo que Jesus fez, não coisas diferentes, até porque Jesus foi o enviado do Pai e deve fazer o que o Pai lhe ordenou, por isso o próprio Jesus disse de forma específica qual seria a missão dos doze: “para enviá-los a pregar, 15com autoridade para expulsar os demônios”. O Evangelho de Mateus nos diz ainda mais: “deu-lhes autoridade de expulsar os espíritos impuros e de curar toda a sorte de males e enfermidades” (Mt 10,1).
Depois, para finalizarmos nossa reflexão, convém, nos debruçar sobre o número daqueles que foram chamados por Jesus, ou seja, Jesus chamou doze, este número simbólico revela que aqueles discípulos seriam os novos chefes do Povo Santo de Deus, do Novo Israel, passou o antigo Israel com seus patriarcas, com as suas doze tribos, agora com Jesus ele cria um novo povo, a porção escolhida, a raça eleita, o Novo e definitivo Israel, a Igreja. o Ser doze é muito importante, a ponto de com a morte de Judas iscariotes, logo se escolher o seu substituto, porque o novo povo de Israel, deve estar cercado pelos doze alicerces. Serão os dozes que se tornarão “pescadores de homens” (Mc 1,17), são eles que deverão ir “às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 10,6).
Queridos irmãos, o Senhor hoje no tempo de nossa história, nos chama sempre de novo para sermos seus discípulos, para estarmos com ele no eterno hoje de nossas vidas. Não tenhamos medo de trilhar o caminho de fé com Nosso Mestre, não temamos responder sim ao seu chamado, o silêncio de entrega, de não olhar para trás, mas imediatamente seguir o Senhor é a melhor resposta ao chamado dele. O Senhor faz com que nós desçamos de nossos pedestais e nos põe no lugar plano, onde vemos toda vastidão do tempo e da história na qual somos chamados a escrever com Deus uma nova história, que o Senhor nos ajude com a força de seu Espírito  e que juntos entreguemos nossas vidas nas mãos dele, pões estando nas mão de Jesus, ele nos oferecerá com sacrifício a Deus Pai, assim seja!

O Senhor nos chama para estarmos com Ele - II

Prosseguindo nossa meditação, o texto nos diz: 13Jesus subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram até ele. Aqui não é uma subida qualquer de Jesus a um lugar alto, a beleza e a razão desta subida de Jesus ao monte nos é indicada por S. Lucas: “Ele foi à montanha para orar e passou a noite inteira em oração, depois que amanheceu, chamou os discípulos e dentre eles escolheu doze” (Lc 6,12-13). Jesus sobe ao monte para realizar aquilo que tantas vezes fez: Rezar diante de seu Deus e Pai, e estes momentos de oração de Jesus são de uma profundidade imensa, neles se revelam a intimidade entre o Pai e o Filho, toda a sua relação e amor, e Jesus sempre procura estes momentos a sós com seu Deus em oração nos momentos decisivos de seu ministério. Então, uma primeira verdade é esta: os discípulos não são escolhidos de uma forma qualquer, ou de uma hora para outra, como acontece em nossos dias, quando muitos de forma medíocre e idiota se auto escolhem e se autodenominam apóstolos, profetas, discípulos, pastores, bispos, diáconos, presbíteros. Pobres homens, deveriam entender que é Deus que escolhe, é ele que chama e o faz de forma profunda, em momentos de intimidade com Deus, a assim vemos as ordenações em nossa Mãe Igreja católica, ninguém se deve outorgar ao direito de se fazer discípulo ou apóstolo. É sempre Deus quem escolhe.
Esta subida de Jesus ao monte com os que ele chamou, também aponta para uma outra grande verdade, é a de que os discípulos subiram outros montes com o Mestre, nem sempre com paisagens e momentos belos como nós poderíamos pensar, basta imaginarmos quão bela não é a visão quando estamos no alto de uma montanha. Os discípulos subirão outros montes com Jesus, marcados por esplendor, alegria como no Monte Tabor na transfiguração, ou marcados pela dor, medo, angústia, terror, como na subida ao Getsêmani e ao Calvário. Mas, é isto mesmo, seguir a Jesus é enfrentar momentos felizes, de transfiguração da alma, de todo o nosso ser, mas também de suportar momentos de dor, de tribulação, de medo, angústia, solidão, de cruz, é assumir o calvário da vida. Jesus chamou aqueles discípulos para viverem como diz Bento XVI: “a aventura da fé”, seguir Jesus é enfrentar as subidas e descidas da caminha, mas sabendo que no fim, tudo termina no alto, no monte verdadeiro que é o céu, em Deus, na pátria da felicidade sem fim.

O Senhor nos chama para estarmos com Ele - I

Queridos amigos, que a paz de Deus esteja convosco hoje e sempre. Convido-vos a juntos meditarmos o evangelho de hoje, sobre o chamado que Jesus faz aos doze, para adentrarem num caminho de discipulado, estando com Jesus, e depois receberem o envio para o anúncio da Boa-Nova do Reino de Deus. Este evangelho é muito significativo para cada um de nós, porque por meio dele também somos convidados a refletir sobre o chamado que Deus nos fez desde nosso batismo, para caminharmos com ele, num verdadeiro itinerário de fé. Eis o texto do evangelho de S. Marcos.

Naquele tempo, 13Jesus subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram até ele. 14Então Jesus designou Doze, para que ficassem com ele e para enviá-los a pregar, 15com autoridade para expulsar os demônios. 16Designou, pois, os Doze: Simão, a quem deu o nome de Pedro; 17Tiago e João, filhos de Zebedeu, aos quais deu o nome de Boanerges, que quer dizer “Filhos do trovão”; 18André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o cananeu, 19e Judas Iscariotes, aquele que depois o traiu. (Mc 3,13-19)
 Sempre que me debruço sobre a meditação e um Evangelho, gosto de olhar onde Jesus está, de onde ele vem, para onde ele vai. Vejamos, o texto nos mostra Jesus subindo ao monte, certamente antes desta subida, Jesus estava vindo de algum lugar, uma vez que, sobretudo, no Evangelho de Marcos, vemos muitas jornadas itinerantes de Jesus, que vai passando de região em região, anunciando o Reino de Deus, expulsando demônios e curando toda espécie de enfermidade. Pois bem, podemos nos perguntar: de onde vinha Jesus? é o próprio S. Marcos que nos revela: “Entrando de novo em Cafarnaum... Jesus reirou-se com seus discípulos a caminho do mar, e uma grande multidão vinda da galileia o seguiu. E da Judéia, de Jerusalém, da Iduméia, da transjordânia, dos arredores de Tiro e de Sidônia”. (Mc 2,1 – 3,7-9). Jesus estava vindo de Cafarnaum e ia para a Galiléia, era esse o seu percurso no início de seu ministério.
Vejam, Jesus não ia trilhando seu caminho sozinho, pelo menos dois grupos o acompanhavam, os quatro primeiros discípulos: André e Simão, Tiago e João, e também Jesus  vinha sendo seguido por uma grande multidão, certamente nesta grande multidão muitos iam em busca de curas e de milagres, outros somente por curiosidade e admiração. Diante disto nós já podemos nos perguntar: eu estou seguindo Jesus porque  nele eu encontro a vida plena, a fortaleza de minha alma, porque quero segui-lo fielmente ou quero segui-lo por curiosidade, só porque achei bonitinho, vi nele um milagreiro ou um curandeiro? Atenção!  Jesus não está interessado em multidões, delas ele sempre “fugiu”, sempre buscou o anonimato, sempre pediu que elas se calassem sobre o que viram, simplesmente porque Jesus não era o Messias como aquela multidão esperava, Ele era o Messias da cruz; Então, Jesus está interessado na pessoa em sua individualidade, ele quer encontrar-se com a pessoa, num encontro relacional daqueles que marcam a nossa vida e do qual não conseguimos esquecer, saímos transformados e renovados.


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Fomos feitos para a perfeição e não para medíocridade

“Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48)

Esta Palavra de Jesus dirigida às multidões e aos discípulos no Grande Sermão da Montanha, ao mesmo tempo em que é rica de significado, também nos desconcerta, nos lança num desafio muito grande: Viver a perfeição de vida como Deus.
Bem sabemos de nossa condição existencial, somos fracos, pobres, indigentes, pequenos por demais, sempre estamos a cair em virtude do pecado, enfim, trazemos as nossas limitações, e diante desta nossa realidade podemos nos perguntar: Como eu, tão pequenino, tão limitado, conseguirei levar uma vida de perfeição como o próprio Deus?
Antes de darmos a resposta para este desafio de Deus para nós, somos chamados a contemplar duas idéias as quais deveremos sempre tê-las em nossa vida, em nosso itinerário de peregrinos a Deus. A primeira idéia fundamental é a de que Deus e somente Ele, possui a plenitude da perfeição, Ele é o perfeitíssimo, sem defeito e sem erro, porque é santíssimo. É Dele e por ele que emana toda perfeição e o dom da santidade para nós. A segunda idéia é que nós não fomos criados por Deus para levarmos uma vida de mediocridade, vil e desprezível, para estarmos atolados nos erros da vida, nos caminhos incertos e desencontrados; não! Como diz uma canção: “Deus nos deu a felicidade de dentro pra fora, um amor que não dá para explicar”. A felicidade é justamente andar diante de Deus, sendo santos e irrepreensíveis aos seus olhos, é viver segundo a sua vontade, é viver segundo a sua justiça, enfim, é viver com ele e para ele. E esta vida feliz como diz a canção vem de dentro, ou seja, vem do próprio Deus que está em nós, pela força do seu Espírito com seus dons e suas virtudes infundidas em nosso interior, é na força da graça deste Espírito que somos impulsionados a viver e levar uma vida de perfeição.
É claro que nunca chegaremos à perfeição completa, porque só Deus é como já dissemos o perfeito em plenitude, sua perfeição não se esgota, pelo contrário é sem fim, como seu amor, todavia, Deus nos chama a buscarmos, lutarmos para levarmos uma vida perfeita. Agora, não com a idéia de que nunca conseguiremos, mas com a idéia de nos esforçarmos e nos empenharmos para tal missão que o próprio Deus nos convida e para a qual fomos criados.
Deus Pai nos concedeu um modelo para tal perfeição, uma pessoa na qual somos chamados a seguir e com ele atingirmos um estado perfeito de vida. Esta pessoa é Jesus, assim como Ele é o revelador do Pai, mostra-nos o rosto de Deus a nós; ele também, revela-nos os meios de levarmos e atingirmos esta perfeição de vida. E como ele faz? Por meio de suas obras, palavras e ações, em tudo o que disse e fez, o senhor Jesus, Filho unigênito de Deus nos mostrou como se dá esta vida de perfeição. Jesus trilhou a nossa história, fez-se um de nós, justamente para nos elevar à plenitude de vida com Deus, para nos mostrar que não é difícil viver a perfeição e a santidade de vida, basta que nos empenhemos nas pequenas obras em nosso cotidiano, nunca esqueçamos: “O Reino de Deus se revela na simplicidade das coisas, sempre pequenas, mas que são grandes, sempre fracas, mas que na verdade são tão fortes que nada pode abalara ou vencê-las”.
Dentre as formas de viver a perfeição, Deus nos convida ao amor mútuo a Ele e ao próximo, para muitos parece difícil este convite, porque o mundo vive enfraquecido de amor, muito falado, mas pouco vivido, o mundo vive embriagado nas paixões efêmeras e pensa estar inebriado de amor. O amor é dom, doação, entrega sem medidas e não fingimento, autossuficiência, egoísmo, individualismo.
O amor é simples, basta que olhemos para Deus que em Cristo nos ensinou a amar de forma verdadeira, pura e santa, este amor foi revelado num lavar os pés dos discípulos, em assumir as misérias do próximo, em olhar para os pecadores de uma forma diferente, em tocar os leprosos, em dar dignidade aos órfãos e viúvas, enfim, em dar a sua vida inteira para que outros tivessem vida plena.
Nada disso é difícil, basta que aprendamos a viver segundo nos diz Sto. Agostinho: “corramos sempre com o desejo, e nunca achemos que aqui na terra já alcançamos a meta”. Que desejo é esse? É o de ser perfeitos, de viver a santidade e a justiça de Deus. Agora nunca deveremos pensar que já alcançamos a perfeição, sempre a algo mais a ser feito, a um progresso a mais a ser atingido, pois como nos diz S. Paulo: “seja qual for a altura que chegamos, o que importa é prosseguir decididamente” (Fl 3,16). Temos que correr, lutar aguerridamente, num empenho total, não nos desviando da Meta, do centro que é Cristo, sempre olhando para frente, perseguindo o alvo, sabendo cair e levantar, retomando a caminhada com o Senhor, pisando nas pegadas que ela deixa ao longo de nossa vida, para que assim como Santa Tereza do Menino Jesus, venhamos a dizer: “ó Bom Deus, não sois capaz de inspirar desejos irrealizáveis! Posso, por conseguinte, aspirar á santidade, não obstante minha pequenez. Crescer não me é possível. Devo, pois, suportar-me tal qual sou, com todas as minhas imperfeições. Peço-vos, portanto, dignai-vos, vós mesmo, imprimir em minha alma a imagem e a semelhança perfeitas da santidade de vossa vida e de vossas virtudes”  

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Mostra-nos o Pai

Hoje lia uma meditação do grande livro: Intimidade divina, esta meditação mostrava a relação entre o Pai e o Filho Jesus, de modo que era intitulada: “Jesus revela o Pai”. Duas idéias pairavam dentro de mim, a primeira é a da intimidade profunda que existe entre estas duas pessoas da Santíssima Trindade, é uma unidade de amor, desde a geração eterna do Filho, o Pai o cerca de amor, a ponto de lhe dar tudo, menos a paternidade, toda riqueza e plenitude da divindade o Filho possui, ninguém conhece o Pai, senão o Filho. Depois, a segunda ideia foi a da relação nossa com Deus Pai, queremos ver Deus, nosso coração vive numa inquietação constante, uma vez que fomos feitos Capax Dei, ou seja, capazes de Deus, sempre fica-nos a pergunta: “Mostra-nos o Pai”, mas logo compreendemos que por nossas próprias forças não o conseguimos alcançar. Diante deste grande fosso, o Pai nos dá seu Filho, o Verbo Eterno que comunica-nos as palavras do Pai, revela-nos o desígnio de amor de Deus para conosco, ele é a Imagem do Deus jamais visto, mas que nele se fez conhecer. Só o Filho eterno conhece o Pai, porque está no seio do Pai, é ele que conhece as confidências do coração de Deus, ele nos abre os tesouro insondáveis do mistério divino. O Filho Jesus é o mediador que leva o céu aos homens e os homens ao céu. O eterno e o tempo se tocam. Podemos até dizer que  Revelação do Pai foi o grande dom de Jesus à humanidade. É justamente no Filho que nós filhos adotivos dirigimos na força do Espírito preces e súplicas a Deus.


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

o Chamado de Deus ao grande monge do deserto

Hoje a Santa Mãe Igreja em sua liturgia, celebra a memória de Santo Antão, Este insigne pai do monaquismo nasceu no Egito por volta do ano 250. Depois da morte dos pais, distribuiu seus bens aos pobres e retirou-se para o deserto, onde começou a levar vida de penitente. Teve numerosos discípulos e trabalhou em defesa da Igreja, estimulando os confessores da fé durante a perseguição de Diocleciano e apoiando Santo Atanásio na luta contra os arianos. Morreu em 356.
Abaixo postei um pequeno escrito de Santo Atanásio, sobre a vida deste grande monge do deserto.


Da Vida de Santo Antão, escrita por Santo Atanásio, bispo

A vocação de Santo Antão

Depois da morte de seus pais, tendo ficado sozinho com uma única irmã ainda pequena, Antão, que tinha uns dezoito ou vinte anos, tomou conta da casa e da irmã.
Mal haviam passado seis meses desde o falecimento dos pais, indo um dia à igreja, como de costume, refletia consigo mesmo sobre o motivo que levara os apóstolos a abandonarem tudo para seguir o Salvador; e por qual razão aqueles homens de que se fala nos Atos dos Apóstolos vendiam suas propriedades e depositavam o preço aos pés dos apóstolos para ser distribuído entre os pobres. Ia também pensando na grande e maravilhosa esperança que lhes estava reservada nos céus. Meditando nestas coisas, entrou na igreja no exato momento em que se lia o evangelho, e ouviu o que o Senhor disse ao jovem rico: Se tu queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres. Depois vem e segue-me, e terás um tesouro no céu (Mt 19,21).
 Antão considerou que a lembrança dos santos exemplos lhe tinha vindo de Deus, e que aquelas palavras eram dirigidas pessoalmente para ele. Logo que voltou da igreja, repartiu com os habitantes da aldeia as propriedades que herdara da família (possuía trezentos campos lavrados, férteis e muito aprazíveis) para que não fossem motivo de preocupação, nem para si próprio nem para a irmã. Vendeu também todos os móveis e distribuiu com os pobres a grande quantia que obtivera, reservando apenas uma pequena parte por causa da irmã.
 Entrando outra vez na igreja, ouviu o Senhor dizer no evangelho: Não vos preocupeis com o dia de amanhã (Mt 6,34). Não podendo mais resistir, até aquele pouco que restara, deu-o aos pobres. Confiou a irmã a uma comunidade de virgens consagradas que conhecia e considerava fiéis, para que fosse educada no Mosteiro. Quanto a ele, a partir de então, entregou-se a uma vida de ascese e rigorosa mortificação, nas imediações de sua casa.
 Trabalhava com as próprias mãos, pois ouvira a palavra da Escritura: Quem não quer trabalhar, também não deve comer (1Ts 3,10). Com uma parte do que ganhava comprava o pão que comia; o resto dava aos pobres.
 Rezava continuamente, pois aprendera que é preciso rezar a sós sem cessar (1Ts 5,17).
Era tão atento à leitura que nada lhe escapava do que tinha lido na Escritura; retinha tudo de tal forma que sua memória acabou por se substituir aos livros. Todos os habitantes da aldeia e os homens honrados que tratavam com ele, vendo um homem assim, chamavam-no amigo de Deus; uns o amavam como a filho, outros como a irmão.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O AMIGO É A METADE DA ALMA

Uns dos encantos que a vida proporciona é a amizade verdadeira, ela nos permite levantar altos voos, quando muitas vezes estamos aterrisados e atolados no lamaçal de nossa vida, quando não conseguimos erguer-se de nossas misérias. Deus nos dá um Cirineu, que nos ajuda a carregar nossos fardos, nos ajuda a enfrentar os tormentos, as dores, as tristezas de nossa vida. Deus nos visita pela vida de um amigo, Deus caminha ao nosso lado, pela presença de um amigo, Deus faz história conosco por meio de um amigo. Pena que em nossos dias, a amizade tem sido muito deturpada, por causa de fingimentos, egoísmo, individualismo, egocentrismo, falso amor, ou melhor, não amor. Os relacionamentos humanos se tornam fragmentados, líquidos, se esvaem pela correnteza da vida. Deus nos ensina em seu amor por nós, amor de amigo, de alguém que nos contou as confidências de seu coração, que nos amou até o fim, que veio não só ficar conosco, mas ficou em nós, ele é o modelo perfeito, o centro da amizade verdadeiro, até porque ele é o Amigo fiel, o refúgio poderoso, o nosso maior tesouro, por isso que a amizade verdadeira nasce e se edifica nele, e assim o amigo verdadeiro se torna para nós como um outro Cristo, a minha alegria é a alegria dele, ele é para mim um irmão que eu mesmo  escolhi, ou melhor que Deus trouxe para mim, colocou em minha vida, para que nossas vidas fossem duas asas que fazem com que juntos subamos para o céu, o nossa lugar.


Devoção Eucarística - o exemplo de fé de uma mulher simples!

Queridos e amados irmãos em Cristo Jesus, nesta manhã numa visita aos doentes para levar-lhes o santíssimo sacramento, fui edificado com tão grande fé daqueles enfermos, de fato percebemos que o Reino de Deus acontece na vida de muitos de nossos irmãos e irmãs, pois ele é tão grande, mas ao mesmo tempo tão pequeno, tão forte, mas ao mesmo tempo tão fraco. E assim é Deus, ele não se revela nas grandes coisas, mas na simplicidade da vida, naquelas coisas que são inúteis para os orgulhosos deste mundo. Deus os derruba de seus tronos, e eleva os humildes de coração, aqueles que vivem em Deus e com Deus. Contemplei em cada casa ao visitar cada doente este amor simples, manifestação do amor de Deus; que fé simples! Mas ao mesmo tempo grandiosa, que amor a Jesus eucarístico! Que suavidade de coração! Cada enfermo em seu leito de dor, marcados pelo sofrimento e o cansaço de suas vidas, muitas vezes tristes, mas em cada um pude ver e experimentar uma esperança e uma confiança grandiosa no poder de Deus.
Fiquei muito emocionada com uma senhora de 81 anos, ela não enxerga mais, vive numa casinha com uma netinha, desde que cheguei vi a alegria saltitando naquele rostinho choxinho, pois estava a se balançar numa humilde cadeira de balanço no cantinho da casa, viva como que reluzir naquela mulher a força da fé. Quando lhe foi dito que o ministro extraordinário da comunhão eucarística chegou, ela toda entusiasmada logo começou a entoar uma pequenina canção que manifestava a alegria de receber Jesus, lembro-me deste pequeno trecho: “Jesus chegou, e a Ele vou comungar”.
Que fé! Que devoção! Que piedade! Que amor! Que felicidade! Para receber o médico do corpo e da alma, para poder se unir a Jesus num mistério de amor. É a alegria da esposa para ter a alma desposada pelo divino esposo, Jesus. olhava para aquela senhora, para a sua demonstração de fé para com a Sagrada Eucaristia, e ficava a pensar, como muitas vezes não sou tomado pela alegria, pela esperança de adorar e comungar Jesus no véu do sacramento! Quantas vezes não preparo meu coração para que o amado venha a mim, quantas vezes não me esforço para alimentar uma devoção eucarística! Quantas vezes me deixo levar pela frieza espiritual de um coração insensível que não se deixa tocar pela grandeza de Deus que se revela de forma simples!
Amados irmãos certamente muitas vezes experimentamos determinados sentimentos  de tibieza e frieza espiritual, falta-nos uma piedade e devoção maior para com a Eucaristia, é o nosso tudo, é a riqueza maior que temos, a Igreja vive da Eucaristia, suspira por ela, e anseia pela Jerusalém celeste quando unidos pudermos celebrar a festim sagrado diante do cordeiro imolado. São estes exemplos de fé, dados por pessoas simples que nos edificam, servem como um tapa na nossa cara, para despertarmos para tomar uma forma de vida melhor, para que nos esforço para crescer na fé, serve para termos a certeza de que nada sabemos quando pensamos conhecer muitas coisas sobre Deus, sobre a eucaristia, o conhecimento é bom, mas temos que buscar a intimidade, a experiência de poder crer, adorar o Senhor com o coração humilde; conhecemos muito, mas não experimentamos, não temos intimidade, como estas pessoas que muitas vezes são até analfabetas, mas conhecem mais do que nós.
Queiramos com humildade crescer na fé e na devoção a Jesus eucarístico, sempre nos reconhecendo indignos, pobres, fracos, mendigos, mas é para nós que o Senhor nos oferece a sua vida verdadeira, pela entrega de seu corpo e sangue, alimentos de vida eterna e de salvação.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O MISTÉRIO DO TEMPO COMUM


AMADOS LEITORES COM A FESTA DO BATISMO DO SENHOR, CELEBRADA NA ÚLTIMA SEGUNDA, FINDAMOS O CICLO DO NATAL, E AO MESMO TEMPO A SANTA LITURGIA NOS INSERE NO TEMPO COMUM, QUERO NESTA POSTAGEM, MOSTRAR UM POUCO DO MISTÉRIO QUE ESTE SAGRADO TEMPO NOS CONVIDA A VIVENCIAR, É UM TEMPO DE CAMINHARMOS COM CRISTO, SENDO SEUS DISCÍPULOS, APRENDENDO OS ENSINAMENTOS DO MESTRE.


Durante o ano inteiro celebramos a vida de Cristo, desde a sua em Encarnação no seio da Virgem Maria, passando pelo seu Nascimento, Paixão, Morte, Ressurreição, até a sua Ascensão e a vinda do Espírito Santo. Mas enquanto civilmente se comemoram fatos passados que aconteceram uma vez e não acontecerão mais, (muito embora esses fatos influenciem a nossa vida até os dias de hoje), no Ano Litúrgico, além da comemoração, vivemos na atualidade, no dia-a-dia de nossas vidas, todos os aspectos da salvação operada por Cristo. A celebração dos acontecimentos da Salvação é actualizada, tornada presente na vida actual dos crentes.
O Batismo do Senhor inicia o Tempus per annum ou Tempo Comum. Comum não no sentido que se trate de um tempo de escassa importância, mas entendido como o tempo em que se recorda a missão ordinária do Senhor, excluídos os grandes mistérios como a Encarnação do Filho de Deus, precedido pelo Advento, o Mistério Pascal, precedido pelo tempo forte da Quaresma.
As grandes solenidades dão lugar a um estilo ao mesmo tempo vivaz e simples: é este o tempo propício para redescobrir e valorizar, em toda a sua riqueza, os tempos de Deus que se alternam no ritmo do homem. Uma eternidade que a cada ano se repropõe no seu mistério para permear e compenetrar sempre mais a vida de cada um de nós e, através de nós, de toda a história.
O tempo comum exige atenção ao cotidiano, ao ciclo semanal, à vida; ajuda a entrar nos meandros de cada experiência pessoal e familiar, social e eclesial do crente. Nada pode se subtrair à graça transformadora de Cristo: afetos e dons, bens e escolhas, trabalho e festa, alegrias e fadigas, doença e morte. Tudo é marcado profundamente. A adesão ao Ressuscitado exige um percurso constante e progressivo para chegar a revestir-se de Cristo.
Este tempo é o “comum”: ocorrem tempos longos e várias mediações para acolhê-lo como regra de vida e critério de juízo, força de ação e certeza de futuro, esperança feliz. Viver como cristão o tempo comum equivale a ser fiel à Eucaristia. Santo Inácio de Antioquia e os mártires de Abitilene diziam que sem o domingo não podiam viver. O Domingo é o dia do encontro semanal com o Senhor ressuscitado. Dia que dá ritmo ao ano litúrgico e nos convoca com força a uma relação equilibrada entre trabalho e repouso; dia para salvaguardar em meio a todos os nossos afazeres um espaço de gratuidade para celebrar o amor de Deus que nos salva.
O tempo comum, portanto, é um período de vigilância e de esperança; daí a escolha da cor litúrgica verde. O tempo comum é constituído por 33 ou 34 semanas subdivididas em dois períodos: o que nos conduz à Quaresma; e o que vem depois da Solenidade de Pentecostes. Como dito, ele é “comum” na medida em que celebra o mistério de Cristo na sua globalidade, ao longo do ritmo das semanas e dos domingos.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O BATISMO DO SENHOR

Naquele tempo, 7João Batista pregava, dizendo: “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. 8Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo”. 9Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia, e foi batizado por João no rio Jordão. 10E logo, ao sair da água, viu o céu se abrindo, e o Espírito, como pomba, descer sobre ele. 11E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer”. (Mc 1,7-11)

Celebramos a festa do batismo do Senhor, com esta festa litúrgica culmina-se o ciclo do natal, iniciado com o 1º domingo do advento. Assim como a epifania, a festa do batismo do Senhor é manifestação de Deus, é uma festa teofânica, primeiro porque nos revela quem é Jesus e sua missão, mas também revela o Deus Uno e Trino.
Num primeiro momento quero destacar a figura de João batista, o conhecemos como o precursor, como homem de vida austera, simples, de humildade marcante, aparece como aquele que veio para preparar o caminho do Senhor, veio com lâmpada para a luz, voz para a Palavra, servo para o Rei, alegrou-se com a presença do Deus menino, quando ainda estava no ventre de sua mãe, enfim, João, por si mesmo não tem importância nenhuma, vive em função de um outro, Jesus. Ele veio ser sinal para conduzir muitos até o Messias que haveria de vir, e assim foi feito. Muitos pensaram que ele seria o Messias, certamente poderia ter se auto dominado buscando a sua glória, mas confessou não ser o Messias. João tinha plena consciência de sua missão e de quem ele era, vemos isso de forma clara no início do evangelho de hoje: “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias”.
João vivia pregando no deserto, e batizando as margens do jordão, era um batismo penitencial, muitos acorriam para ser batizado por ele, mas sempre deixou claro que viria um outro que batizaria com água e com o Espírito, eis que um dia estando João batista a batizar nas margens do Rio Jordão, veio ao seu encontro o Rei, o Messias, seu Senhor e Salvador, certamente João ao vê-lo ficou desconcertado, sem compreender a atitude daquele que é o Filho de Deus. o próprio João disse: “eu que necessito de ti e tu vens a mim?”, a liturgia canta este sentimento de João: “João, feliz, mas tremendo, mergulha em rio profundo aquele que lavaria no sangue a culpa do mundo”.
João mesmo admirado com a atitude do Senhor, realizou o batismo, pois toda justiça deveria se cumprir. Apareceu o Messias, desaparece João, agora surge a Palavra, cessa a voz, a Lâmpada dá lugar aquele que é a Luz do Mundo.
Jesus aparece para ser batizado, já adulto, com trinta anos, é interessante que a pouco contemplávamos o menino, o recém nascido, o infante envolto em panos na manjedoura, agora damos um salto e já o contemplamos em sua fase adulta, poderíamos perguntar: como se deu a infância de Jesus? por que os evangelhos se calam? Reparem, os evangelhos apenas nos dizem que Jesus “era submisso aos seus pais”, viveu de forma obediente para com seus pais, depois com os padres da Igreja crê-se que este tempo da infância de Jesus, era Deus que estava aprendendo a viver na condição humana, diz-nos a liturgia: “Vivera já trinta anos em nossa carne mortal. E embora livre de culpa, da água busca o sinal”.
Jesus agora se apresenta para ser batizado, e assim dar início à sua missão, seu batismo no jordão iria ser culminado na ara da cruz. Pois bem, Jesus quer inaugurar uma nova criação, quer lavar o pecado de adão, quer conceder a todos os povos a vida nova, por isso coloca-se na fila dos pecadores que vieram até João no jordão, quase para dizer: foi para vos salvar que eu vim, foi para vos dar a salvação verdadeira que eu me coloco em vosso meio, para parar vos livrar da culpa original que eu quero receber este batismo, pois eu vim chamar os pecadores, eu vim para aqueles que estão doentes pelo pecado.
Jesus adentra no Jordão, outro evangelista diz que ele orava, nesta atitude, vemos Jesus que assume os pecados da humanidade, vai recolhendo as iniquidades, as faltas e culpas, para libertar e salvar que no mal perecera, pois bem, Jesus é batizado pelo Batista, este adentrar de Jesus naquele mar, indica que ele entra trazendo em si os pecados dos homens, e ao ser banhado pelas águas do Jordão, os pecados, são levados de água abaixo, prefiguração de sua sepultura, onde os pecados são sepultados, lavados pelo seu sangue redentor, Jesus lava a culpa dos homens nas águas do jordão, a natureza humana corrompida iria agora ser restaurada. E mais, Jesus dentro das águas do Jordão, santifica todas as águas, todas as fontes batismais do mundo inteiro, é esta verdade que a liturgia da mãe igreja canta: “Quando Cristo apareceu em sua glória em nosso meio, santificou todas as fontes e as águas do universo. Vinde buscar água das fontes do Senhor e Salvador! Pois o Cristo, nosso Deus, santificou todas as coisas”.
Ao sair das águas, Jesus, Deus que se fez homem, refaz a natureza corrompida, a humanidade recebe nova vida, os céus se abrem para testemunhar de onde vem aquele que se fez homem, e como na criação uma pomba pairou sobre as águas, assim, nesta nova criação da humanidade, nos céus aparece uma divina pomba. Na teofania do Jordao contemplamos, o Deus Uno e Trino, primeiro o que fora batizado é o Filho de Deus, o Verbo feito carne, na pomba qual sinal visível, vemos o Espírito, e na voz que ressoa, vem o Pai que dá testemunho do seu Filho, atestando que ele é o Messias Verdadeiro: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer”.
É em nome deste Deus, na água e no Espírito que os discípulos de Cristo batizarão os novos filhos de Deus, é este o Deus vivo e verdadeiro que se nos deu a conhecer em Jesus Cristo. Termino elevando os louvores ao Deus único que nos trouxe a salvação: “A salvação da Igreja neste mistério reluz. Em três pessoas um Deus no tempo e na eterna luz. Ó Cristo, vida e verdade, a vós a glória, o louvor; o Pai e o Espírito, revelam vosso divino esplendor”.


domingo, 8 de janeiro de 2012

VIEMOS PARA ADORÁ-LO!

A Epifania quer dizer a manifestação do Senhor, Deus que se fez conhecer, verdadeiramente, se manifestou aos homens em seu nascimento em nossa carne. O Deus invisível, jamais visto, se fez visível, se deu a conhecer naquela humilde criança deitada na manjedoura da estribaria de Belém. E isto nos dá a certeza de que aquela humilde criança não é um ser qualquer, mas é Deus mesmo, é o Senhor, o Rei e o Salvador da humanidade que veio para iluminar os que andavam nas trevas, ele que é a Luz verdadeira a qual nada e ninguém pode ofuscar, pois seu esplendor é fulgurante como o Sol. Ao olharmos esta manifestação de Deus aos homens, vemos que muitos acorreram para ver o menino nascido, os pastores, e também os Reis, quero destacar estes últimos, eles vem de uma terra pagã e por isso são pagãos, representam todos nós que não somos judeus, outrora éramos pagãos, ao recebermos a luz de Cristo no Batismo, nos tornamos membros do novo Israel. Saíram os magos percorrendo um caminho  até Belém para ver quem é o recém nascido, o rei dos judeus que acabara de nascer; saem pela noite guiados pela estrela, não um astro qualquer, ou um cometa, mas é sinal de Cristo, Ele é o astro rei salvador, a Luz que ilumina todos os povos, por ela os magos são guiados, e ao chegarem na casa onde estava o menino e sua mãe, dirigem uma pergunta: “onde está o rei dos judeus, viemos adorá-lo?”. Bem sabemos que só a Deus se deve adorar, e a nenhum outro, nesta atitude dos magos de dobrarem os joelhos diante do menino vemos o reconhecimento humilde, terno, piedoso e afetuoso para com o recém nascido, os pagãos se prostram diante do Deus menino, enquanto os seus, ou seja, os judeus não adoram, não reconhecem o menino como o seu Deus. A revelação de que é aquele menino é de fato Deus, se dá pelos três presentes que os reis oferecem, são muito significativos, vejamos, o primeiro foi o ouro; o ouro é dado ao Rei, sinal da realeza, do poder, verdadeiramente, Jesus é o Rei, não como um dominador tirano, marcado pela prepotência, mas como um servo, seu reino é de amor, de serviço, de justiça e misericórdia, o reinado de Jesus não é como os reinados deste mundo. Depois ofereceram o incenso, as pedras aromáticas que fazem subir uma fumaça perfumada aos céus, as alturas onde está Deus, o livro do apocalipse nos ensina: “minha oração suba até vós como incenso Senhor”. Aquele menino é Deus verdadeiro, por isso deveria ser adorado por todos os povos e nações. Por fim, o terceiro presente é o mais esquisito, a mirra, é uma planta aromática que era utilizada no embalsamento dos corpos dos mortos, este presente indica que aquele menino estará destinada a morrer e padecer muito, será posto na tumba dos mortais, lhe será dado sepultura. Isto quer dizer que ele é homem, assumiu verdadeiramente uma condição sujeita à morte, assim o credo reza: “verdadeiro Deus e verdadeiro homem”. Nestes três presentes é possível percebermos quem é menino que nasceu: Rei, Deus e Homem, eis pois nosso salvador.


sábado, 7 de janeiro de 2012

OS CRISTÃOS SÃO CHAMADOS A VIVER COMO FILHOS DA LUZ

amados irmãos e irmãs em Cristo, Luz dos povos, neste Domingo a Igreja no Brasil celebra a solenidade da Epifania do Senhor, abaixo posto a mensagem sobre a Epifania do Senhor que o Papa Bento XVI dirigiu aos presentes na praça de S. Pedro em Roma, no angelus do dia 6 de Janeiro.


Queridos irmãos e irmãs:
Acabamos de celebrar, na Basílica, a festa da Epifania. Epifania quer dizer manifestação de Jesus a todas as pessoas, representadas hoje pelos Reis Magos, que foram do Oriente a Belém para prestar homenagem ao Rei dos Judeus, cujo nascimento haviam conhecido pelo aparecimento de uma nova estrela no céu (cf. Mt 2, 1-12). De fato, antes da chegada dos Reis Magos, este acontecimento era quase desconhecido fora do círculo familiar: além de Maria e José e, possivelmente, outros parentes, ele era conhecido pelos pastores de Belém, que, ao ouvir o alegre anúncio, foram ver o Menino, enquanto ainda estava na manjedoura. A vinda do Messias, o esperado pelas nações e anunciado pelos profetas, aconteceu assim, inicialmente de maneira oculta, até que, finalmente, aqueles misteriosos personagens chegaram a Jerusalém para pedir mais informações sobre o "Rei dos Judeus" recentemente nascido.
Obviamente, por se tratar de um rei, eles se dirigiram ao palácio real, onde residia Herodes; mas este não sabia nada sobre tal nascimento e, muito preocupado, convocou imediatamente os sacerdotes e escribas, os quais, baseados na célebre profecia de Miqueias (cf. 5,1), afirmaram que o Messias deveria nascer em Belém. E, de fato, seguindo naquela direção, os Reis Magos viram novamente a estrela, que os guiou até o lugar em que Jesus se encontrava. Entrando, eles se prostraram e o adoraram, oferecendo presentes simbólicos: ouro, incenso e mirra. Eis aqui a Epifania, a manifestação: a chegada e a adoração dos Reis Magos constituem o primeiro sinal da singular identidade do Filho de Deus, que é também filho da Virgem Maria. Desde então, começou a espalhar-se a pergunta que acompanhará toda a vida de Cristo e que, de diversas maneiras, atravessa os séculos: quem é este Jesus?
Queridos amigos, esta é a pergunta que a Igreja volta a suscitar no coração de todas as pessoas: quem é Jesus? Este é o anseio espiritual que inspira da missão da Igreja: dar a conhecer Jesus, seu Evangelho, para que cada pessoa possa descobrir em seu rosto humano o rosto de Deus e ser iluminado pelo seu mistério de amor.
A Epifania preanuncia a abertura universal da Igreja, sua vocação a evangelizar todos os povos. Mas a Epifania nos fala também da maneira como a Igreja realizada esta missão: refletindo a luz de Cristo e anunciando a sua Palavra. Os cristãos são chamados a imitar o papel que a estrela teve para os Reis Magos. Devemos brilhar como filhos da luz, para atrair todos à beleza do Reino de Deus. E aos que buscam a verdade, devemos oferecer a Palavra de Deus, que leva a reconhecer em Jesus "o verdadeiro Deus e a vida eterna" (1Jo 5,20).
Mais uma vez, sentimos uma profunda gratidão por Maria, a Mãe de Jesus. Ela é a imagem perfeita da Igreja, que oferece ao mundo a luz de Cristo: é a Estrela da Evangelização. "Respice Stellam", diz São Bernardo: olha para a Estrela, tu que buscas a verdade e a paz; dirige teu olhar a Maria e Ela te mostrará Jesus, luz para cada pessoa e para todos os povos.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

DEUS É DEUS E EU DEVO SER UM ADORADOR

Diz uma bela canção: “Deus é Deus e eu devo ser um adorador”. Muitas vezes nos questionamos sobre quem é Deus, onde Ele está, o que Ele faz por nós, sobretudo, quando passamos por dificuldades, tribulações, angústias e aflições, experimentamos o sentimento de que Deus silenciou, e fazemos aquela pergunta: “onde está Deus que não olha para mim e permite que este mal aconteça?” já disse em outras postagens que se Deus é Palavra, ele também é silêncio, e muitos vezes parece até se calar, mas não porque nos abandonou, mas porque esta bem próximo de nós, o problema é que não vemos, porque as agitações nos impedem de ver, Deus é como a brisa leve, passa na nossa vida e nós não vemos, porque estamos mergulhados na balburdia da vida. No silêncio íntimo que nos faz estar a sós com nosso amado Deus, pudemos vê-lo e experimentar a graça de seu amor. E o meio eficaz para mergulharmos neste mar de amor com Deus por meio do silêncio é a adoração; nos prostramos diante de Deus e vamos aprendendo que para nós basta sabermos que Deus é. A resposta que ele deu a Moisés: “Eu sou aquele que é” ou numa tradução melhor: “Eu sou quem serei”, ou seja, caminhe comigo e vocês saberão quem eu sou, e Deus mostrou quem é, em Cristo, o Emanuel, o Deus conosco, o Deus que faz história conosco, um Deus que nos toma nos ombros e nos carrega ao lugar do repouso suave e feliz. Prostrar-se diante de Deus é reconhecer a majestade, a onipotência, a divinal grandeza que Deus possui, reconhecer que Ele é o nosso tudo, e nós somos um nada, como uma simplíssima gota d’água lançada num oceano infinito. Vivemos para adorá-lo, pois esta é a nossa única missão, ao adora-lo reconhecemos que devemos viver como ele, ter os seus sentimentos, porque neste encontro dos servos com o Rei, recebemos dele a graça que nos transforma por inteiro, faz de nós pessoas novas, e entendemos que estar com Ele é uma necessidade vital para nós, com ele tudo, sem ele nada. Queiramos estar com o Senhor, prostrado aos seus pés, tirando as sandálias tomadas pela poeira do mundo antigo de pecado, e despojados deste pecado, nos aproximamos humildemente diante daquele que é o Santo e que quer nos tornar santos. Recebe Senhor a nossa adoração, nosso louvor, a honra que lhe é devida, dada pelos mais pequeninos, nós teus servos e servas.  


O MUNDO DAS RELAÇÕES ILUSÓRIAS

Caros amigos e amigas, há alguns dias tenho meditado e vejo que o mundo hodierno a cada dia que passa está em volto numa crise existencial, é óbvio que esta crise não é de agora, mas já vem se arrastando a anos e anos, fruto da auto afirmação do homem como medida de todas as coisas. O homem está posto no centro de tudo. A esta centralidade do homem vemos em nossos dias um culto da exterioridade, podendo ser traduzido também como o culto das aparências.

O ser humano quer ser visto, precisa ser reconhecido ao máximo, é uma auto apresentação de si mesmo. Isto se dá por meio de um esteticismo desmedido, ou seja, você nasceu de uma forma, Deus lhe fez de um jeito, de repente a um cisma de não se aceitar como é, daí começa a grande batalha por mudar  as aparências até então inaceitáveis. O problema não é o que vai mudar ou o que se deixou de mudar, até porque neste processo de mudança, a essência humana continua finita, limitada. O grande problema é a não aceitação de si mesmo que faz com que as pessoas vivam de máscaras plásticas que escondem os “defeitos” exteriores, mas que não escondem o nosso interior. Mas isto é reflexo da crise do mundo, hoje pela debilidade da razão humana o mundo, as pessoas se tornaram superficiais, não conseguem perceber que o essencial que é o importante só é visto, por aqueles que saem da superficialidade medíocre da vida e se lançam no horizonte da interioridade, é aí que esta a grande beleza das pessoas.

Este culto das aparências faz dos seres humanos, obras do amor infinito de Deus, meros objetos, se objetam, se coisificam para dizer melhor. Uma pessoa só é valorizada se ela for externamente a mais bonita, tolice! De que adianta trazer uma beleza quem sabe até sem precisar de tantas transformações, se é bela exteriormente, enquanto isso no interior se é um poço vazio pela secura de um esvaziamento existencial, de alguém que não se conhece a si mesmo.

Infelizmente esta crise de identidade, ocasionada pelo culto da exterioridade, qual epidemia existencial, afeta até mesmo as relações humanas, até porque se se quer ser visto é preciso que ter alguém que veja; então, na amizade, no namoro, enfim, nas relações humanas vamos pobremente valorizando as pessoas pelo exterior e sobretudo, pelo que elas têm para nos dar. Por isso que muitos relacionamentos se destroem, justamente porque se faz do outro um mero objeto coisificado, inerte onde só apreciamos a beleza exterior, e até nos extasiamos, depois aquilo que era belo até um determinado momento, não é mais, porque surge outra pessoa de beleza fascinante.

O relacionamento acaba pelo simples fato de que o deleite acabou, e se deixou de perceber o interior da pessoa, é verdade que não é todo perfeito, pois se carrega os sofrimentos da própria vida, os fracassos da própria existência, porque todo ser humano é limitado. Quando descubro a beleza interior da pessoa, sei que ela carrega também fraquezas como eu, tão frágil quanto eu, mas é aí que está a beleza de tudo, porque, somos tão iguais, e mais ainda tão diferentes, por isso que Deus nos criou diferentes uns dos outros, para que pudéssemos nos completar, numa doação verdadeira de si para o outro, para que juntos sejamos felizes, não somos uma ilha, nos realizamos na comunhão de vidas.

É no interior existencial que se escondem as coisas mais belas das pessoas, é no interior que está o tesouro da vida, porque é no interior que Deus habita e isto faz com que ele seja, mais íntimo de nós do que nós mesmos, ele nos conhece, sabe de nossas fraquezas, de nossos choros, de nossas alegrias, enfim, nos sonda por inteiro. Sto. Agostinho já dizia; “no interior do homem habita a verdade”. Que é esta verdade? É Deus e nele nós descobrimos também que esta verdade toca-nos profundamente, uma vez que somos criaturas daquele que é o Criador, Deus.

Numa amizade verdadeira edificada em Deus, podemos fazer a doce experiência de permitir que o amigo entre em nossa cela existencial e vá também nos conhecendo e arrumando o nosso interior, retirando as bagunças que fazem com que sejamos belos por fora, mas por dentro um terror só. Nunca esqueçamos, muitas vezes exteriorizamos o que está no nosso interior. Deste modo é importante, aprendermos a viver na dinâmica de Deus, os homens veem as aparências, Deus vê o coração. Temos que aprender a ver além,  com olhos de águia, ver com o coração, só desta maneira conseguiremos construir amizades sólidas e verdadeiras, onde valorizamos não o TER, mas o SER, pois o ser humano tem valor pelo simples fato de ser quem é e não porque tem algo, este algo é finito, se acaba, se destrói, o vento da finitude da vida leva. O ser não, embora ele seja finito, mas nasceu para o Eterno. Então termino com as palavras do livro o pequeno príncipe: “O Essencial é invisível aos olhos”. Quem ama vê além, porque o amor que é Deus e que foi derramado em nós é ETERNO.