Queridos Filhos e filhas
O Senhor na força de seu Espírito de
Amor é que nos une nesta santa celebração, e é sobre o Amor que a liturgia
deste 5º Domingo da Páscoa nos convida a refletir. Antes de tudo deveremos
reconhecer que o amor envolve toda a nossa vida, pois, nós fomos criados no
amor, pelo amor e para o amor. Em outras palavras, fomos criados para a vida de
comunhão com Deus que é a Amor (1Jo 4,8). E esta vida é plena de felicidade,
longe de qualquer dor e sofrimento.
Todavia para alcançarmos esta meta,
faz-se necessário enfrentar esta vida sofrida, atribulada, tão marcada por
dores e angústias que nos fazem até pensar em desistir de caminhar. Mas, hoje a
primeira leitura nos encoraja a não desanimarmos e nem desistirmos, assim dizia
Paulo e Barnabé aos discípulos e hoje a todos nós: “Permanecei firmes na fé... é preciso que passemos por muito
sofrimentos para entrar no Reino de Deus” (At 14,22). Vejam, que palavras
profundas, que devem tocar e mover nosso coração: é somente permanecendo com fé
firme, se abandonando nas mãos de Deus, com muita confiança e amor, unindo as
nossas vidas à Cristo, que conseguiremos enfrentar, todo e qualquer sofrimento.
Lembrando de que é preciso carregar a cruz de cada dia, porque nada se compara
à vida feliz e plena, cheia de glória na qual Deus preparou para nós, o seu
Reino. E é desta Vida Nova que a segunda leitura nos fala.
Deus preparou e prepara para nós, um novo céu e uma nova terra, um mundo
novo. Mas que mundo novo é este? É a Jerusalém
Celeste, a cidade santa, o lugar onde Deus habita, ou seja, o céu, a morada
do amor, da comunhão com Deus, onde unidos a Ele poderemos viver uma vida
plenamente feliz numa aliança de amor. Esta é a nossa verdadeira pátria, a
cidade onde nós filhos e filhas de Deus deveremos morar. Nesta divina morada
não haverá morte, dor, tribulação, angústia, sofrimento, tudo isso passará e “Deus enxugará toda lágrima de nossos olhos
e fará novas todas as coisas”. Junto de Deus estaremos envolvidos por uma
única coisa: o Seu Amor.
Todavia, Deus é tão misericordioso, “tão bom para com todos nós suas criaturas”,
que já aqui na terra, no hoje de nossa vida sofrida, podemos experimentar um
pouco desta felicidade que Ele preparou para nós. E isto nós escutamos ainda na
segunda leitura: “Esta nova Jerusalém, desceu
do céu de junto de Deus, vestida qual esposa enfeitada para seu esposo... Esta
é a morada de Deus entre os homens, Deus vai morar no meio deles”. Quem é
esta esposa? Quem é esta morada de Deus em nosso meio? É a Igreja, esposa de Cristo,
adornada das riquezas de salvação que são os sacramentos, pelos quais podemos
experimentar a vida nova e feliz. É nela que podemos tocar, sentir, falar e
escutar a voz de nosso amado Deus, nos curando em seu amor nos convidando a
unir a nossas vidas a Ele.
O Evangelho, de hoje nos aponta o meio
eficaz, que Jesus deixou a seus discípulos e a nós, pelo qual poderemos habitar
no céu com Deus. Primeiro, ele nos fala de sua morte na cruz, onde por meio
dela, Ele entregando a sua vida, e ressuscitando, manifesta toda a sua glória e
amor, e abre-nos as portas da vida feliz com Deus. Depois, ele deixa-nos um novo mandamento, ou
seja, o caminho para encontrarmos esta vida plena e feliz, assim diz-nos Jesus:
“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.
Na verdade podemos pensar que aqui não há nada de novo, porque este mandamento já existia no Antigo
Testamento: “Amarás o próximo como a ti
mesmo” (Lv 19,18). Então, podemos nos perguntar, o que há de novo? A
novidade está em que agora temos um modelo: Jesus. A Novidade é o que Ele fez por
nós, nos amando até o fim na cruz, dando-nos vida nova por sua ressurreição e derramando
sobre nós a graça de seu Espírito. Por isso a nova lei, é a Lei do Amor “que foi derramado em nossos corações pelo
Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5). Por isso, nós saberemos se
estamos amando ao passo que formos unindo a nossa vida a dele, abrindo nossos
corações ao Espírito Santo que nos é dado na Eucaristia, assim aprenderemos a
amar sem egoísmo, inveja, sem discriminação, sem interesses, saberemos perdoar
aqueles que nos ofenderam. Enfim, colocaremos nossa vida a serviço, doando-a a
nossos irmãos, e seremos conhecidos como discípulos do Senhor, e faremos aqui
na terra uma civilização do amor, para no fim de nossas vidas sermos julgados
pelo amor, e podermos habitar como Deus de amor, na pátria do amor. Louvado
seja, o Deus que tanto nos amou!