domingo, 25 de maio de 2014

NÃO VOS DEIXAREI ÓRFÃOS. EU VIREI A VÓS

Amados irmãos e irmãs

O Evangelho deste VI Domingo da Páscoa é uma continuação do evangelho do domingo passado que nos narra o discurso de despedida de Jesus na última ceia.  Anunciando a sua partida do meio de seus discípulos, se depara com um abatimento do coração destes seus amigos que não sabiam como viveriam sem a presença de seu Mestre e Senhor. Por isso, mais uma vez, Jesus vai consolar e confortar o coração triste de seus discípulos.

Ele começa, fazendo uma promessa cheia de esperança, verdade e alegria, ei-la: “Não vos deixarei órfãos. Eu Virei a vós”.  Estas palavras do mestre Jesus, são a certeza fiel, a verdade plena, de um Deus que não engana os que ele escolheu, por isso ele não os desamparará, os seus discípulos não estarão sozinhos em suas vidas. Jesus hoje nesta sua Ceia de amor, nesta santa missa ele diz isso também a nós: “Não vos deixarei órfãos, mas virei a vós”.  Pois em nossas aflições e angústias, quando os sofrimentos nos levam a pensar que estamos desamparados, Deus não nos abandona e não nos deixa sozinhos, Ele sempre vem em nosso socorro.

Mas podemos perguntar: Como Jesus virá ao nosso encontro? Ele mesmo nos diz: “Rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Defensor, para que permaneça convosco”.  Antes de tudo, deveremos compreender que se ele enviará, outro, Defensor, consolador e intercessor. É porque já existia um primeiro.  Este é Cristo, sim é Ele o primeiro consolador da humanidade, é ele que por primeiro nos defende das tentações do inimigo e também intercede ao Pai por cada um de nós, “temos como advogado (Defensor), junto do Pai, Jesus Cristo” (1Jo 2,1).  

Este outro defensor que garante a presença eterna de Cristo em nossa vida é o “Espírito da Verdade”, ou seja, o Espírito Santo. Pois bem, é pelo Espírito Santo dom de Deus que Cristo permanece, continua vivo no meio dos seus, no coração da humanidade e na vida da Igreja. Nós experimentamos esta verdade quando escutamos a Palavra de Deus, nela é Jesus quem nos fala pela força do Espírito Santo, “vossas palavras Senhor são Espírito e vida” (Sl 18,1). Esta palavra toca nosso coração, nos consola e acalma, porque Cristo está vivo e presente nela.

Depois, na Eucaristia, também experimentamos esta presença viva e real de Jesus em nosso meio na força do Espírito, pois o Pão e vinho consagrados são plenos do Espírito Santo. De modo que quando comungamos a Eucaristia entramos em profunda e íntima comunhão com Jesus, Ele está em nós e nós nele, somos pelo Espírito Santo unidos num só Corpo. Por isso rezamos na missa esta verdade: “participando do Corpo e sangue de Cristo sejamos reunidos pelo Espírito Santo num só Corpo”.


Mas o bonito de tudo é que o Senhor não quer somente permanecer conosco ao nosso lado, mas é em nós que o Senhor Jesus deseja permanecer para sempre na força de seu Espírito. Por isso ele nos dizia no Evangelho: “O Espírito da Verdade... permanecerá junto de vós e estará dentro de vós”.  Verdadeiramente o nosso coração foi criado para ser Templo de Deus e morada do Espírito Santo. Todavia, será que nós estamos nos abrindo inteiramente a este dom, a esta graça de Deus em nossa vida? Será que estamos “santificando os nossos corações para Cristo” (1Pd 3,15)? 

Deste modo, cada vez que buscamos fazer a vontade de Deus, guardamos a sua Palavra em nossos corações, cada vez que buscamos romper com a vida de pecado e passamos a viver segundo o Espírito, amando a Deus e nos unindo a Ele, nunca estaremos sozinhos. Jesus será sempre uma presença viva em nós, e nele nós encontraremos vida, pois ele mesmo nos disse: “E vós vivereis, vós em mim e eu em vós”. Esta é pois a vida nova pelo Espirito! Amém. 

domingo, 18 de maio de 2014

JESUS, O VERDADEIRO CAMINHO DA VIDA FELIZ

Caros irmãos e irmãs

A Santa Liturgia deste 5º Domingo da páscoa nos faz contemplar Cristo Ressuscitado, como aquele que é o caminho a verdade e a vida para cada um de nós. Em Jesus, Deus quer mudar o rumo de nossa vida.

Jesus começa o Evangelho de hoje dizendo uma palavra de consolo e fortaleza aos seus discípulos, as quais valem para cada um de nós: “Não se perturbe o vosso coração”. De fato o coração dos discípulos estava perturbado, inquieto por três motivos, vejamos: um deles (Judas) iria entregar Jesus, outro discípulo (Pedro) iria negar e abandonar o Senhor; por fim o próprio Jesus iria deixar os seus em virtude de sua morte. De fato, diante destes acontecimentos era como se os discípulos perdessem o rumo da própria vida sem saber como de fato seriam felizes.

É o que acontece também com cada um de nós, somos um povo caminhante, nossos passos e nossas vidas se dirigem para uma meta: a felicidade plena. Todavia, em muitos momentos estamos inquietos, perturbados e angustiados pelos sofrimentos da vida, sem saber que rumo tomar e nem o que fazer para encontrar esta felicidade. Todavia, o Senhor hoje nos olha nos olhos e com infinito amor nos diz:“Não se perturbe o vosso coração”.

 E Jesus continuou a orientar o caminho dos discípulos e de cada um de nós dizendo: “tenha fé em Deus, tenha fé em mim também”. Crer em Deus Pai e crer em Jesus! Não como duas realidades separadas, mas como um único ato de fé nos fazendo perceber que em Jesus, Deus mostrou o seu rosto para nós, Ele se fez conhecer a nós. Por isso nos diz Jesus: “Quem me vê, vê o Pai”. Em Jesus, Deus está próximo de nós e não nos abandona, mas sempre nos socorre e nos salva em seu amor.

Pois bem, o Remédio salvífico que Jesus ensina aos discípulos e a nós para acalmarmos nossos corações inquietos e abatidos é a Fé. E a fé é um ato de confiança, entrega e total abandono em Deus, é um ato de firmar a própria vida num alicerce seguro, numa rocha firme que é Cristo. Assim nos orientava S. Pedro na segunda leitura: “Aproximai-vos do Senhor, pedra viva, escolhida e honrosa aos olhos de Deus”.

Em verdade, quando em nossas agonias nos firmamos e nos apoiamos em Jesus, com a nossa fé humilde e sincera, nós encontramos forças para prosseguir e nada pode nos abalar.  Nele teremos sempre um consolo para nossa alma, porque quem crê nunca está sozinho. Jesus está sempre conosco porque Ele é nosso Mestre e guia para a felicidade.

Por isso que Jesus disse aos seus discípulos: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai senão por mim”. Estas palavras de Jesus revelam onde nós encontraremos a verdadeira felicidade.  Jesus é o único e verdadeiro caminho, que nos leva a verdadeira felicidade e a verdadeira vida que consistem em estarmos unidos a Deus. Portanto, em Deus nosso coração perturbado e inquieto vai encontrar seu verdadeiro repouso, como nos diz Sto Agostinho: “Senhor fizeste-nos para ti, e inquieto está o nosso coração, enquanto não repousar em ti”.


Portanto, caríssimos irmãos e irmãs, caminhemos com fé unidos a Cristo, e permitamos que ele nos tome pela mão e nos conduza à nossa verdadeira morada, a qual Ele preparou para nós: o Céu, o coração do próprio Deus que é amor e felicidade sem fim. Amém.

domingo, 11 de maio de 2014

JESUS, O BOM PASTOR E A PORTA DAS OVELHAS

Meus irmãos e minha irmãs!

Inundados pelas alegrias pascais, neste santo domingo, nossos corações se voltam para Cristo Ressuscitado e o contemplamos como o Bom, Belo e Verdadeiro Pastor de nossas vidas.

É no Evangelho que nós podemos perceber esta identidade de Cristo, quando em resposta aos maus e falsos pastores de seu tempo, os quais apascentavam a si mesmos, roubando a alegria e a vida das ovelhas, oprimindo-as, maltratando-as e ferindo-as, Ele se revela como o verdadeiro e único pastor por excelência que adentra no redil de escravidão e sofrimento das ovelhas, “as chama pelo nome, elas escutam a sua voz e ele as conduz para fora, faz sair todas que são suas, caminha à sua frente, e as ovelhas o seguem porque conhecem à sua voz”.

Deveras, Jesus conhece as suas ovelhas, elas são unicamente dele, propriedade exclusiva, objetos do seu infinito amor, são suas imagens. Por isso as chama pelo nome em sinal de intimidade, porque o nome e a vida delas estão para sempre gravadas no seu coração e em suas chagas de amor. Ele as conduz para fora do falso redil, as liberta, e caminha a frente delas porque é Pastor, guia e mestre, vai agora conduzindo-as para um outro redil, de felicidade e vida plena, elas o seguem porque conhecem a sua doce voz de ternura e amor, mas também porque nele encontram abrigo e descanso.

Jesus, o Bom Pastor caminhando pelas estradas da vida, vai conduzindo às suas ovelhas, ou seja, cada um de nós para outro redil, onde ele é a Porta pela qual as ovelhas devem passar apara encontrar as verdes pastagens, a vida feliz em abundância, a salvação. Assim, Ele nos diz: “Eu sou a porta; quem entrar por mim será salvo”. O Que significa esta afirmação de Jesus: Eu sou a Porta das Ovelhas? Ela indica que a alegria, o repouso, a felicidade, o amor, a graça, a benção e, sobretudo, a Salvação que nós suas ovelhas buscamos, só encontraremos nele. Na medida em que o seguirmos, nos unindo a ele e amando-o.  Verdadeiramente, Jesus é a porta da vida eterna e feliz para as ovelhas.

Interessante que nós já adentramos por esta porta em nosso batismo, na morte e ressurreição de Cristo, passamos  pois a pertencer ao seu redil.  Assim como os judeus, os quais Pedro anunciou-lhes o evangelho e se converteram e foram batizados, conforme nos diz a primeira leitura: “os que aceitaram as palavras de Pedro receberam o batismo e se uniram a Ele”. Convém perguntar: Qual é o redil de Cristo Bom Pastor no qual nós suas ovelhas deveremos permanecer? A Resposta é uma: A Igreja! Ela é o redil de Cristo, a casa onde o pastor leva as suas ovelhas para cuidar delas, apascenta-las e dar-lhes a vida em abundância. Esta vida abundante é a vida do próprio pastor dada como alimento na Eucaristia: "o Bom Pastor da a vida pelas suas ovelhas. No seu Redil (Igreja) Ele nos prepara uma mesa (altar), e dando-se a si mesmo, dá-nos a verdadeira vida.


Todavia, em nossos sofrimentos, na luta contra o pecado, corremos o risco de nos desgarrarmos e escutando a voz de falsos pastores, abandonarmos o Redil de Cristo Bom pastor. Lembremo-nos, pois do que escutamos na segunda leitura: “também, Cristo sofreu por vós... sobre a cruz, carregou os nossos pecados... por suas feridas fostes curados... andáveis como ovelhas desgarradas, mas voltastes ao pastor e guarda de vossas vidas”.  Quando por nossos pecados, abandonarmos o redil de Cristo, tenhamos a coragem de como ovelhas feridas, voltar a Ele que cuida de nós, pois Ele é o Pastor que nos conduz, com Ele não nos falta coisa alguma, junto dele felicidade e todo bem sempre encontraremos. Amém.


sábado, 26 de abril de 2014

O AMOR MISERICORDIOSO DO RESSUSCITADO

Queridos irmãos e irmãs em Cristo, o Senhor Ressuscitado.

Neste segundo domingo pascal, o Domingo da Divina Misericórdia, a santa liturgia nos convida a contemplar esta misericórdia de Deus em Jesus Ressuscitado que aparece no meio dos seus discípulos.

A primeira atitude misericordiosa de Jesus será a de acalmar o coração inquieto, inseguro, triste e cheio de medo dos discípulos, eles que estavam não somente com as portas de sua casa fechadas, mas também as portas de seus corações. Assim, Jesus na tarde de domingo aparece, se põe no meio deles e deseja-lhes a paz.

Vejam, primeiro que tudo, a presença de Jesus Ressuscitado no meio dos seus, é sinal de que por amor ele deseja ser o centro da vida dos seus discípulos, deseja ser a alegria, a felicidade, deseja habitar para sempre em seus corações, por isso, deseja-lhes a paz: “A paz esteja convosco”. Esta paz ela é sinal da vida plena da graça que Jesus nos trouxe em sua ressurreição, de fato ela acalma o coração, transforma a tristeza em alegria, dá esperança e enche o coração de felicidade. Esta Paz não é somente uma saudação, mas é uma pessoa: Jesus que em seu amor misericordioso, deseja ficar para sempre no meio dos seus.

 Depois, num segundo gesto de misericórdia, o Senhor Jesus lhes mostra as suas mãos e o seu lado chagados, sinais do seu amor e de sua misericórdia infinita para com os discípulos e a humanidade, mas também para dizer que é do seu sacrifício de amor  na cruz que provém a verdadeira paz. É como se Jesus estivesse a dizer a eles e a nós: em tuas agonias, em teus medos e sofrimentos, lembra-te eu sofri por ti, eu estou contigo, eu sou a razão da tua alegria e felicidade.

Uma outra atitude de misericórdia de Jesus, foi ter soprado sobre os seus o dom do Espírito Santo. O Espírito de Ressurreição que agora recria o coração e a vida dos discípulos, fazendo deles novas criaturas, com a missão também de recriar e de ressuscitar a vida de muitos homens e mulheres mortos pelo pecado, distantes de Deus.

Por conseguinte, Jesus agora manifestará a sua misericórdia a Tomé que não estava presente na primeira aparição, e por isso, se deixando levar pela incredulidade, duvida da aparição do Cristo Ressuscitado, credo somente se  visse as mãos chagados e o lado ferido de Jesus e neles tocasse.  Pois bem, Jesus em seu amor e misericórdia benevolentes, cheio de compaixão vai ao encontro de Tomé e aparece a Ele, oferecendo-o as provas de sua paixão para que ele tocasse e acreditasse que Jesus o Crucificado Ressuscitou verdadeiramente: “Põe teu dedo aqui e vê as minhas mãos! Estende a tua mão e põe-na no meu lado e não sejas incrédulo Tomé, mas crê!
O Senhor mais uma vez oferece as suas chagas de amor e misericórdia, as feridas de sua paixão redentora, nelas estão a vida de Tomé, a minha vida e a tua vida, em seu Corpo Glorioso, Jesus as carregará para sempre, elas são as marcas da vitória de Cristo, e da nossa vitória. Elas são o sinal da fé, da esperança e da caridade. A incredulidade de Tomé é vencida pelo seu grande ato de fé: “Meu Senhor e Meu Deus”!

A misericórdia divina curou a incredulidade de Tomé, o fez feliz! Todavia, a misericórdia e a bondade de Jesus tocam também à nossa vida. Isto se revela quando Jesus diante de Tomé, louva a fé daqueles que creram sem o ter visto: “Felizes os que creram sem ter visto”Esta palavra de Jesus é para  os cristãos de todos os tempos, é para todos nós! Somos felizes porque pelo batismo em sua Ressurreição dele recebemos a vida nova que vem do céu e o dom da fé. Somos felizes porque “sem ver o Senhor nós o amamos, e nele acreditamos, nele depositamos nossa vida, isso é a razão de nossa alegria se fim”, de nossa confiança e esperança, por ele somos sustentados quando enfrentamos as provações da vida em virtude de nossa fé.  Por isso com humildade sejamos capazes de como Tomé dizer professar nossa fé no amor misericordioso de Jesus e dizer: Meu Senhor, Meu Deus, Meu Tudo! Só a vós desejo, só a vós amo! Jesus eu confio em vós! Amém!



sábado, 12 de abril de 2014

O MISTÉRIO DO DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR


Meus irmãos e minhas irmãs

Hoje com esta celebração do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, iniciamos com muita fé a Grande Semana da Paixão do Senhor, a Semana Santa. Recordamos espiritualmente, a entrada de Jesus em Jerusalém. Esta solene procissão de entrada revela os últimos passos do caminho de Jesus para o cumprimento da sua grande missão, ele sobe a Jerusalém para num ato de amor oferecer a sua vida na cruz em obediência ao Pai pela salvação da humanidade.

Jesus que agora adentra a cidade santa, em solene procissão é aclamado e reconhecido como Rei: “Hosana ao Filho de Davi, Bendito o que vem em nome do Senhor”.  De fato, Ele é o Rei, Ele é o Messias esperado, o Deus que veio para salvar Israel e toda a humanidade. Todavia, deveremos perceber que o reinado de Jesus é marcado pela humildade, mansidão e pobreza. Para expressar tamanha verdade, o vemos entrar em Jerusalém montado num jumentinho, para que se cumprisse a profecia: “Eis que o teu rei vem a ti, montado num jumento”. O Jumentinho era o animal dos pobres, Jesus é o verdadeiro Pobre de Deus, “o anawin de Ihaweh”.  

Sim, amados irmãos e irmãs, falar de um Rei Jesus que se faz pobre é poder contemplar o seu desígnio de amor para conosco. Porque Ele sendo Deus, em uma  profunda humildade se esvaziou, se aniquilou e se fez homem. Ele sendo rico se fez pobre. O Rei assumiu a condição de escravo. Portanto, Jesus é o servo de Deus destinado ao sofrimento, deste modo podemos compreender que a entrada de Jesus em Jerusalém é verdadeiramente uma procissão que  leva-o à cruz, por isso o santo evangelho deste domingo nos narra: a Paixão e Morte de Jesus.

Vejam Jesus, em total obediência ao Pai se entrega livremente para enfrentar os tormentos da cruz. De fato, nele se realizam as palavras da primeira leitura: “ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba, não desviei o rosto de bofetões e cusparadas”. Esta total aceitação por parte de Jesus à cruz, revela um ato de profundo e eterno amor, amor para com o Pai na obediência à sua vontade e amor para com a humanidade. Assim vemos que o reinado de Jesus é o Reino do amor até o fim, da doação sem limites de sua própria vida.  Ao olharmos para a cruz  vemos nela o verdadeiro trono do Rei Jesus é nela que o Senhor é exaltado revelando todo o seu poder e sua glória.

Pois bem, nos unamos a Jesus nesta caminhada para a cruz, que os ramos que sustentamos nas mãos, sejam o sinal de nossa adesão ao Senhor, que não o traiamos, nem o abandonemos, não estendamos mantos e ramos, mas estendamos nossas vidas em sua vida, prostremo-nos aos seus pés e o sigamos até o fim.  AMÉM

sábado, 22 de fevereiro de 2014

SEDE PERFEITOS NO AMOR

Queridos irmãos e irmãs em Cristo

Na liturgia deste 7º Domingo Comum, Deus nos chama à santidade a partir do amor ao próximo.

Já na primeira leitura nós vemos Deus falando a Moisés, convidando toda a comunidade de Israel a estar mais unida a Ele, a partir da vivência da santidade, quando diz: “sede santos, porque eu, o Senhor sou santo”. Vejam, Deus é o Santo, e porque Ele escolheu o seu povo para viver uma aliança de amor, Ele convida este povo a ser como Ele, ou seja, a estar unido a Ele, a imitá-lo, a participar de sua vida santa. De fato, este sempre foi o desejo de Deus, desde quando criou a humanidade: “Ele nos fez para sermos santos e irrepreensíveis” (Ef 1,4). Todavia, o que é ser santo? Reparem, ser santo, é ser separado, consagrado inteiramente a Deus.  Portanto, eu vivo o dom da santidade quando eu me ofereço por inteiro a Deus, a fim de viver em profunda comunhão com Ele.

Entretanto, viver o dom da santidade é não somente se abrir por inteiro a Deus, mas também, ter os sentimentos de Deus no convívio com o próximo, sobretudo, nos momentos mais difíceis. Por isso, eu me santifico quando no relacionamento com os outros, “não tenho ódio no coração... não procuro vingança, nem guardar rancor”. Mas com humildade busco corrigi-los, repreendê-los fraternalmente, “amando-os como a mim mesmo”, porque eles são a imagem e semelhança de Deus, e por isso, dignos de amor.

No Evangelho, Jesus, em seu sermão da montanha, depois de ter anunciado a nova Lei, a Lei do amor. Também chama os seus discípulos e a nós à perfeição da santidade: “sede perfeitos como vosso pai celeste é perfeito”. A partir da prática da Lei do amor, a qual Ele veio pôr em nossas vidas e em nossos corações.

Primeira coisa que Jesus faz, é corrigir mais uma vez uma lei de seu tempo, a “LEI DE TALIÃO”, que dizia: “olho por olho, dente por dente” (Lv 24,20). Esta lei se praticava para diminuir um pouco a vingança, e, por conseguinte, a violência. Entretanto, a Lei de Jesus, ou melhor, o próprio Jesus não veio para propagar a violência, nem a vingança, e sim a paz; Jesus é o príncipe da paz, aquele que “veio vencer o mal com o bem”(Sl 35,11-13). Por isso, Ele ensina aos seus discípulos que por mais difíceis que sejam as situações, a não retribuírem com vingança o mal praticado “não enfrenteis quem é malvado”, mas a viverem o dom do amor sem medidas.

Por isso, encontramos Jesus a nos ensinar como outrora ensinou aos discípulos que agora não deveremos somente amar o nosso próximo, mas Ele nos diz: “Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem”. Esta é a novidade que Jesus trouxe para a humanidade, viver o dom do amor, da misericórdia, da compaixão até mesmo com os que nos odeiam, nos machucam, ofendem e perseguem. Assim, a melhor forma de amá-los é rezando por eles, os confiando a Deus. Não podemos encontrar aqui um grande obstáculo, mas sim um meio eficaz de se alcançar a santidade. Desse modo, eu não posso odiar  este irmão porque ele é filho do mesmo Deus, e, por conseguinte, o próprio Deus em seu Filho Jesus amou os seus inimigos, rezando por eles e perdoando-os. Se assim agirmos, estaremos “nos tornando de fato Filhos do Pai que está nos céus”; ser santo é viver como filho de Deus, e por isso, fazer a vontade do Pai.


Portanto, podemos pensar que na mentalidade do mundo no qual nós vivemos, pagar o ódio com amor é uma loucura. S. Paulo nos diz: “a sabedoria deste mundo é insensatez diante de Deus”. Mas para nós que somos de Cristo, este caminho de amar os inimigos é a nossa via de santificação. Amém!!


sábado, 15 de fevereiro de 2014

A Plenitude da Lei em Cristo - HOMILIA DO 6º DOMINGO COMUM

Amados irmãos e irmãs em Cristo

A Liturgia deste 6º Domingo Comum, nos convida a ver na Lei de Deus, o verdadeiro meio eficaz que nos conduz à vida feliz.

Já na primeira leitura, o autor do livro do Eclesiástico, exortava aos judeus de seu tempo, a perceberem qual era o verdadeiro caminho a ser seguido para ser feliz e viver bem, uma vez que eles estavam sendo seduzidos a abandonar a fé de Israel e a buscar a felicidade seguindo os deuses pagãos.

Assim, o autor sagrado dizia: “Se quiserdes observar os mandamentos, eles te guardarão, se confias em Deus, tu viverás”.  Vejam, se o povo observasse os mandamentos de Deus, a sua Lei, se deixando orientar por eles, e fosse se confiando inteiramente a Deus, nele estaria, pois a verdadeira felicidade. Todavia, Deus deu ao homem a liberdade, Ele não o prende, de modo que o homem é livre em seguir o caminho de Deus ou não. Por isso que o autor sagrado continuava a dizer: “Diante do homem está à vida e a morte, ele receberá aquilo que preferir”. Portanto, eu sou feliz à medida que eu observo os mandamentos do Senhor e neles encontro vida, ao passo que eu não os observo eu vou experimentando a infelicidade e a morte.

No Evangelho que é ainda uma continuação do grande sermão da montanha, Jesus mostra aos seus discípulos a importância da Lei para a vida do povo santo de Deus, ou melhor, Jesus dá aos seus discípulos a Nova Lei, pois se outrora no monte Sinai, Moisés recebeu de Deus a lei para o Povo. Jesus, o Novo Moisés do monte das bem aventuranças dá ao novo povo, o novo Israel, a Nova Lei. De fato, a Vinda do Messias deveria trazer a revelação de finitiva da lei, por isso que Jesus diz: “Eu não vim abolir a Lei, mas dar pleno cumprimento”. O Que Jesus queria dizer com esta afirmação?

Vejam, primeiro que tudo, Ele não veio para abolir a Lei, porque em si ela é de suma importância para o caminho de Israel, ela foi dom de divino, sinal da aliança de amor, de fidelidade entre Deus e seu povo amado e eleito. Porém, em Jesus a lei encontra o seu verdadeiro sentido de ser; vejam, em Jesus agindo e vivendo na força do Espírito Santo, Ele revela que a Plenitude da Lei é o  amor que em obediência ele vive com o Pai. Esta atitude de Jesus revela também que a Lei não é um conjunto de normas, preceitos, proibições, chegando a ser um fardo para o povo. A Lei é na verdade uma adesão, um sim, uma entrega de amor da vida do Povo a Deus. Portanto, podemos entender que o cumprimento, a “plenitude da lei é o amor”. Sendo assim, observar os mandamentos é na verdade amar o próprio Deus e amando-o, devo amar à sua imagem e semelhança que é o próximo.

Por isso, em Cristo, na força de seu Espírito de amor, derramado em nossos corações, amo a Deus e observo os seus mandamentos e neles encontro a verdadeira vida e a felicidade verdadeira, e deste modo me torno grande no Reino dos céus, ou seja, feliz, Bem-aventurado.


Peçamos, pois a Deus a graça de sermos sempre iluminados pela misteriosa sabedoria de seu Espírito, para que caminhando nas estradas de nossa vida, guardemos em nossos corações a Lei do Senhor, para sermos felizes em plenitude.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Sede Sal da Terra e Luz do Mundo - HOMILIA DO 5º DOMINGO COMUM

Queridos irmãos e irmãs

Na Liturgia deste 5º domingo do Tempo Comum, Deus nos exorta em sua palavra a reavivarmos em nossos corações e em nossa vida, uma missão primordial de todo e qualquer discípulo de Cristo: “Ser sal da terra e luz do mundo”.

Já no Evangelho, nós contemplamos um trecho do grande Sermão da Montanha, onde Jesus tendo subido ao monte, o lugar do encontro com seu Deus e Pai, senta-se como um Verdadeiro Mestre e ensina aos seus o Caminho do Reino, e aos discípulos, revela-lhes uma missão: “Vós sois sal da terra e luz do mundo”.

Descubramos o sentido real e verdadeiro desta missão, primeiro: Ser Sal da Terra. Vejam, o sal na sagrada escritura indica: aquilo que dá sabor, o que serve para conservar, mas também, é um meio de purificação e um sinal de aliança e perenidade. Pois bem, ser sal na vida dos discípulos significa levar o sabor, a doçura do amor, da graça, da vida e da salvação de Deus ao coração de muitos homens e mulheres que estão insípidos, ou seja, insossos em sua vida espiritual, faltando-lhes Cristo. Devem convidar a humanidade a purificar o interior, para acolher o Reino de Deus, levando-os também, a conservar em seus corações a Palavra de Deus e observar os seus mandamentos, para que deste modo se possa viver uma  aliança eterna com Deus.

Depois, receberam a missão de Ser Luz do mundo. Reparem, a luz significa a vida nova e feliz. Portanto, Ser luz significa iluminar a vida e os corações de uma humanidade que anda na escuridão do pecado, nas trevas de uma vida sem Deus. É reascender nos corações o desejo de amar a Deus e de segui-lo fielmente, a romper com a vida de pecado e a viver na graça de Deus.

Queridos irmãos e irmãs, também nós, os novos discípulos de Cristo pelo Batismo, recebemos esta missão, por conseguinte, deveremos ser no tempo presente de nossas vidas, Sal da terra e luz do mundo. Temos que levar o sabor da vida eterna a muitos corações que estão insossos de felicidade, alegria, paz e amor, amargurados, desanimados pelos sofrimentos da vida. Temos que levar a luz da salvação aos corações de tantas pessoas que se perderam nas estradas da vida e estão envolvidas pelas trevas, as nuvens sombrias do pecado.  O lugar no qual os discípulos e nós deveremos viver esta missão: é a terra, o mundo. Ou seja, na nossa vida cotidiana, no trabalho, na escola, na família. Em todo lugar somos chamados a ser sal e luz.

Mas sejamos conscientes de que o discípulo só poderá ser Sal e Luz, a medida que ele unir à sua vida a Cristo, pois Ele é o verdadeiro Sal e a Verdadeira luz da humanidade.  S. Bernardo já dizia: sem Cristo a nossa vida fica insípida. E Cristo dá testemunho de si dizendo: “Eu sou a Luz do mundo”. Portanto, o discípulo, nós, eu e você só podemos iluminar a humanidade e levar o sabor da graça e da salvação, se por primeiro tivermos experimentado o sabor da vida eterna em nossos corações trazido pelo Cristo Sal da terra, e se tivermos deixado com que Ele, enquanto Luz, iluminasse nosso ser.  É dentro deste contexto que S. Paulo vivia: “Eu não quero saber de outra coisa senão Cristo Crucificado”.


Por fim, é praticando as boas obras em nossa vida, ou seja, a caridade, o amor, a justiça, o perdão que nós vamos cumprindo a missão de ser sal e luz. Assim nos fazia ver o profeta Isaías: “se acolheres de coração aberto o indigente e prestares todo o socorro ao necessitado, nascerá nas trevas a tua luz e tua vida obscura será como o meio-dia”. Portanto, nos deixemos salgar e iluminar por Jesus, para que assim no cotidiano de nossa vida, salguemos e iluminemos o coração da humanidade para acolher o Reino de Deus. Amém!!


sábado, 1 de fevereiro de 2014

"Os Meus olhos viram a vossa Salvação" - HOMILIA DA FESTA DA APRESENTAÇÃO DO SENHOR

Queridos irmãos e irmãs

Hoje a Igreja celebra a festa da Apresentação do Senhor, lembrando que depois de quarenta dias do nascimento de Jesus, os seus pais para cumprir a lei mosaica, levaram o seu filho primogênito ao Templo para ser apresentado ao Senhor Deus.

A Primeira leitura desta santa celebração retirada do livro do profeta Malaquias, nos revela uma promessa de Deus na vida de seu povo: “Deus enviará o seu mensageiro, ele entrará no templo e lá o encontrareis, ele virá para purificar o coração da humanidade”.

Deveras, esta profecia se cumpriu no Evangelho que nós acabamos de escutar, no qual S. Lucas nos descreve exatamente o momento em que Jesus, o Filho e enviado de Deus é apresentado no Templo. Vejam, os pais de Jesus para cumprir a Lei que dizia: “todo primogênito do sexo masculino deve ser oferecido a Deus” (Ex 13,1-3). Levam-no ao Templo para ser apresentado, oferecido, consagrado a Deus. No Coração dos pais de Jesus, certamente estava a feliz certeza: Este filho não é nosso, mas é Todo de Deus. De fato, Jesus é o Filho de Deus que deve viver inteiramente para Ele, em total obediência ao Pai: “vim ao mundo para fazer a tua vontade ó Pai”. Deste modo, compreendemos que a vontade do Pai é que Jesus não perca nenhum daqueles que o Pai o confiou, ou seja, a humanidade, os homens e mulheres feridos pelo pecado. Assim, Jesus se fez homem veio ao mundo para “com sua morte, salvar e libertar a humanidade que vivia escrava do pecado” (Hb 2,14-15).

Em Jesus é o próprio Deus que está no Templo! Lá todos poderiam encontrar-se com Deus, tocá-lo, experimentá-lo bem próximo. Por isso, para lá se dirigem duas pessoas de fé: Ana, uma humilde profetisa, viúva, serva de Deus e Simeão, são imagem do povo que caminha nas estradas do mundo e espera ansiosamente a vinda do Messias Salvador, mas são imagem humilde de cada um de nós, que nutrimos o desejo de ver Deus. Pois bem, Simeão, homem justo porque vivia da Palavra de Deus, piedoso porque vivia com o coração aberto para Deus e que esperava a Consolação de Israel, guardava em seu coração o desejo de ver o Messias. Por conseguinte, Ele movido pelo Espírito Santo, com o coração abrasado pelo fogo do amor vai ao Templo. E no Templo, o lugar onde Deus habita e se revela, pôde contemplar o menino Jesus, o próprio Deus. Toma-o em seus braços, exulta de alegria e vê a promessa de Deus sendo cumprida em sua vida.

Ele contemplando Jesus, vê o Deus Salvador, vê a própria salvação. Jesus é a luz da humanidade, é a glória e o esplendor de todo o Israel, Ele veio para libertar a humanidade da escuridão do pecado, para conduzi-la das trevas à luz, para revelar a glória de Deus ao coração da humanidade. Por isso, também em sua missão no meio da humanidade, Ele será um “sinal de contradição”, ou seja, será incompreendido, rejeitado, perseguido, enfrentará a cruz, e nela revelará a sua glória a todos os povos, dando a vida eterna para todos os povos.
Este mistério da apresentação do Senhor no Templo, toca a nossa vida por inteiro. A exemplo de Simeão, nós em nossa fé, movidos pelo Espírito viemos a este Templo, no desejo de ver Deus. E de fato, Ele está no meio de nós, na Palavra, e, sobretudo, na Eucaristia, Quando o sacerdote em suas mãos, qual útero da virgem Maria, traz Jesus, sua presença viva e real em nosso meio. Na Eucaristia podemos tocar Deus com as nossas mãos como o fez Simeão, ver Deus com os nossos olhos, escutar Deus com os nossos ouvidos; verdadeiramente contemplarmos a luz que ilumina nosso coração, ver o Deus de nossa salvação que nos liberta de nossas dores e sofrimentos, e nele exultar de alegria como fez Ana.


Deixemos, pois, que o Senhor Jesus purifique o nosso íntimo, para que nele, Ele, o Rei da glória, o Senhor onipotente não somente entre, mas permaneça para sempre, faça nele sua morada, e em Jesus nos consagramos por inteiro a Deus, a ponto de com muita fé, amor, confiança e em total abandono dizermos: Somos todos teus Senhor, guarda-nos no Templo precioso do seu Coração. Amém. 


sábado, 25 de janeiro de 2014

O Senhor é a minha luz e salvação - HOMILIA DO III DOMINGO COMUM


Caros irmãos e irmãs

A Palavra de Deus na Liturgia deste 3º Domingo Comum nos convida a contemplar Deus como a Luz que ilumina os nossos corações, a nossa vida e a nossa história.

Na leitura primeira, o profeta Isaías foi enviado por Deus para levar uma palavra de ânimo e esperança ao povo santo de Israel. Vejam, qual era a situação deste povo? Este povo eleito se encontrava escravo, envolvido por uma grande escuridão de opressão, curvado pelo peso da dor, do sofrimento,  da perseguição, da tribulação, sem ânimo, totalmente afundado nas trevas de uma vida infeliz.

À semelhança deste povo, nós também nos encontramos em muitos momentos de nossa vida, envolvidos pelas trevas de nossos sofrimentos, experimentamos momentos de profunda escuridão, são os medos, as angústias, as tristezas, as perdas, as decepções, as provações, em nossos corações não há luz e nem alegria.

Deste modo, ao antigo povo de Deus e hoje a nós, o novo povo de Deus, mergulhado em trevas, o profeta Isaías nos diz: “o povo que andava na escuridão viu uma grande luz, uma luz resplandeceu, fizeste crescer a alegria, aumentaste a felicidade”. Ou seja, uma grande luz se manifestará na vida do povo, trazendo a alegria e a felicidade. Mas de onde vem esta luz? Quem é esta Luz?

Reparem, esta grande luz de alegria, vem do firmamento do céu, de junto de Deus. De fato, S. Tiago na sua carta nos diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes” (Tg 1,17). Esta luz sem ocaso tem um nome e um rosto veio estar entre nós: Jesus. Sim, Ele é a luz que desceu do céu para iluminar a vida de escuridão da humanidade.

O Evangelho nos fala de Jesus que deixa Nazaré e vai morar em Cafarnaum. Vejam, Jesus vai habitar, fazer sua morada justamente no meio da vida daquele povo que andava nas trevas, habitando numa vida de escuridão. Esta atitude de Jesus revela que de fato, Nele se cumpre a profecia: “O Povo que andava nas trevas viu uma grande luz”. Ele é a verdadeira Luz que liberta a humanidade de suas tristezas e sofrimentos, mas, sobretudo, da escravidão das trevas do pecado. Jesus, veio ao mundo para ser a luz da vida do povo de Israel, a luz da nossa vida, a luz da vida da humanidade.

Em Jesus, a Luz do mundo que está no meio da humanidade nós encontramos um Deus que deseja mudar o rumo de nossa vida. Por isso, que o evangelho continuava dizendo que Jesus saiu a pregar dizendo: “Convertei-vos, porque o Reino dos céus está próximo”. Portanto, converter-se é mudar o rumo da própria vida, é dar a vida uma nova direção. Jesus veio em meio a nossa escuridão para iluminar nossos caminhos, para nos tirar da antiga vida de escuridão e nos dar a vida eterna, nos dar o Reino de Deus. Em verdade, o próprio Jesus nos disse: “Eu Sou a Luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”.  Como bom exemplo, assim, Ele o fez passando na vida de 4 pescadores, imagem de cada um de nós, ali ainda naquela região de escuridão onde eles viviam e trabalhavam.

Em Jesus que passa na vida dos 4 primeiros discípulos e hoje na nossa vida, nós contemplamos Deus que não somente vem nos iluminar, mas ser para sempre a nossa luz. No chamado que Jesus os faz de segui-lo, é como se ele dissesse: Vem Comigo, entrega a tua vida a mim, sai desta tua vida sombria e sem alegria. Segue-me, deixa eu ser a tua luz e tu em mim encontrarás a verdadeira vida e a alegria sem fim. Os discípulos prontamente deixaram tudo e seguiram a Jesus. E nós, também abandonaremos a vida de escuridão, a fim de seguir a Cristo? Não tenhamos medo, sigamos a Jesus que é a nossa luz, a nossa alegria, a nossa proteção, e em todo tempo e circunstância de nossa vida tenhamos a coragem de com fé dizer: “O Senhor é minha luz e salvação”. Amém.
 

sábado, 4 de janeiro de 2014

Onde está o Rei dos judeus? Viemos adorá-lo - SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR



Queridos irmãos e irmãs

Hoje nós celebramos com fé a Solenidade da Epifania do Senhor, somos chamados a contemplar o Menino Jesus que se manifesta como a Luz  na escuridão do mundo para iluminar a vida de toda a humanidade. Ele que iluminou a vida de Maria, de José e dos pastores, hoje a partir da estrela ilumina a vida dos magos vindos do oriente, que representam todos os povos pagãos.
Já na primeira leitura vemos uma profecia sobre esta luz: “Levanta-te Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor... todos os povos viram para proclamar a glória do Senhor”. Sim, de verdade, Jerusalém é a cidade da luz, porque nela nasceu aquele que é a luz de nossa vida, Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. Ele que veio para iluminar os caminhos escuros de nossa vida, veio para nos libertar da escuridão do pecado e dos sofrimentos que passamos. De Belém nasceu, surgiu, se manifestou aquele que veio ser a luz de toda a humanidade. Para esta santa cidade todos os povos da terra se dirigirão para contemplar a glória de Deus. 

Assim vemos no evangelho de hoje, os magos vem do oriente até Belém, guiados por uma estrela que brilha no céu com uma única intenção em seus corações: “Onde está o Rei dos judeus, que acaba de nascer, vimos sua estrela no oriente e viemos para adorá-lo”.
Vejam, os magos não são apenas homens que conhecem os mistérios do céu, aqui eles são imagem de todos os pagãos, de todos nós, de todo homem e mulher que num determinado momento de suas vidas ainda não conheceu Jesus e vive a procura dele. Sendo assim, estes homens estão a caminho, peregrinando passo a passo na escuridão da noite do mundo, no caminho de suas vidas, eles estão à procura de Jesus.  Este caminhar  foi o início de uma grande peregrinação de vidas que caminham rumo a Cristo, a fim de nele encontrarem a alegria de suas vidas. Assim como os magos, nós também em nosso coração temos o grande desejo de conhecer Cristo, de contemplá-lo face a face.

Pois bem, estes magos são guiados pela estrela até a pequenina cidade de Belém, porque lá segundo o anuncio da profecia deveria nascer o Messias, Jesus, o Rei de toda a terra. A estrela que guia os magos não deve ser vista somente como um astro que brilha no céu, mas, sobretudo,  Cristo, é ele que vai guiando a humanidade, é Ele o astro que ilumina os céus e a terra.

Sendo assim os magos vão seguindo seu caminho até chegarem ao local indicado pela estrela.. É fascinante, porque a estrela não os conduziu a um palácio real, ela os conduziu a uma humilde estribaria, um lugar simples e pobre, ali deitado numa humilde manjedoura, estava o pequenino de Belém, uma humilde criança junto com sua mãe. Eles cheios de alegria, contemplam a humilde criança e em sua presença se prostram em humilde adoração, sabem que aquela criança não é um ser qualquer, mas é  o Rei, o Senhor, o Salvador de suas vidas, é o próprio  Deus que de joelhos eles adoravam. Por isso, a este menino Deus oferecem presentes que revelam quem é o menino: “Abrindo seus cofres lhe oferecem OURO, INCENSO E MIRRA”. 

O ouro indica a realeza, este menino é o Rei de toda a humanidade, seu reinado se revela no serviço, na doação da sua vida, daquele que não veio para ser servido, mas para servir. O Incenso é dado a Deus, portanto, este  menino nascido em Belém é o Filho de Deus, Deus de Deus, Luz da Luz. Por fim, a Mirra que era usada para ungir os cadáveres, lembra que este menino enfrentará a paixão e morte, enfrentará sepultura. 

Nesta celebração Eucarística também nós como os magos encontramos Jesus, para tanto, deveremos também, adorá-lo e oferecer-lhe  os nossos presentes, ou seja, a nossa vida, nossa fé, nossa esperança, todo o nosso amor. Os magos quando encontraram Jesus exultaram de alegria e depois retornaram por outro caminho. Nós também, deveremos ter esta atitude, quem encontra Jesus, encontrou a sua alegria, a razão de sua felicidade. E por isso, não podem mais voltar pelo mesmo caminho da vida, tão sombrio, tão longe de Deus. Quem encontra Cristo, deve dar um novo rumo a sua vida que consiste em se deixar guiar porque Ele, pois ele mesmo disse: “Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”.  Deixai pois que Cristo seja a luz de tua vida!