Queridos
irmãos e irmãs em Cristo
Na
liturgia deste 7º Domingo Comum, Deus nos chama à santidade a partir do amor ao
próximo.
Já
na primeira leitura nós vemos Deus falando a Moisés, convidando toda a comunidade
de Israel a estar mais unida a Ele, a partir da vivência da santidade, quando
diz: “sede
santos, porque eu, o Senhor sou santo”. Vejam, Deus é o Santo, e porque
Ele escolheu o seu povo para viver uma aliança de amor, Ele convida este povo a
ser como Ele, ou seja, a estar unido a Ele, a imitá-lo, a participar de sua
vida santa. De fato, este sempre foi o desejo de Deus, desde quando criou a
humanidade: “Ele nos fez para sermos santos e irrepreensíveis” (Ef 1,4). Todavia, o que é ser santo? Reparem,
ser santo, é ser separado, consagrado inteiramente a Deus. Portanto, eu vivo o dom da santidade quando eu
me ofereço por inteiro a Deus, a fim de viver em profunda comunhão com Ele.
Entretanto,
viver o dom da santidade é não somente se abrir por inteiro a Deus, mas também,
ter os sentimentos de Deus no convívio com o próximo, sobretudo, nos momentos
mais difíceis. Por isso, eu me santifico quando no relacionamento com os
outros, “não tenho ódio no coração... não procuro vingança, nem guardar rancor”. Mas com humildade busco corrigi-los,
repreendê-los fraternalmente, “amando-os como a mim mesmo”, porque
eles são a imagem e semelhança de Deus, e por isso, dignos de amor.
No
Evangelho, Jesus, em seu sermão da montanha, depois de ter anunciado a nova
Lei, a Lei do amor. Também chama os seus discípulos e a nós à perfeição da
santidade: “sede perfeitos como vosso pai celeste é perfeito”. A partir da
prática da Lei do amor, a qual Ele veio pôr em nossas vidas e em nossos
corações.
Primeira
coisa que Jesus faz, é corrigir mais uma vez uma lei de seu tempo, a “LEI DE
TALIÃO”, que dizia: “olho por olho, dente por dente” (Lv 24,20). Esta lei se
praticava para diminuir um pouco a vingança, e, por conseguinte, a violência.
Entretanto, a Lei de Jesus, ou melhor, o próprio Jesus não veio para propagar a
violência, nem a vingança, e sim a paz; Jesus é o príncipe da paz, aquele que “veio
vencer o mal com o bem”(Sl 35,11-13). Por isso, Ele ensina aos seus
discípulos que por mais difíceis que sejam as situações, a não retribuírem com
vingança o mal praticado “não enfrenteis quem é malvado”, mas
a viverem o dom do amor sem medidas.
Por
isso, encontramos Jesus a nos ensinar como outrora ensinou aos discípulos que
agora não deveremos somente amar o nosso próximo, mas Ele nos diz: “Amai
os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem”. Esta é a
novidade que Jesus trouxe para a humanidade, viver o dom do amor, da
misericórdia, da compaixão até mesmo com os que nos odeiam, nos machucam,
ofendem e perseguem. Assim, a melhor forma de amá-los é rezando por eles, os
confiando a Deus. Não podemos encontrar aqui um grande obstáculo, mas sim um
meio eficaz de se alcançar a santidade. Desse modo, eu não posso odiar este irmão porque ele é filho do mesmo Deus,
e, por conseguinte, o próprio Deus em seu Filho Jesus amou os seus inimigos,
rezando por eles e perdoando-os. Se assim agirmos, estaremos “nos
tornando de fato Filhos do Pai que está nos céus”; ser santo é viver
como filho de Deus, e por isso, fazer a vontade do Pai.
Portanto,
podemos pensar que na mentalidade do mundo no qual nós vivemos, pagar o ódio
com amor é uma loucura. S. Paulo nos diz: “a sabedoria deste mundo é insensatez diante
de Deus”. Mas para nós que somos de Cristo, este caminho de amar os
inimigos é a nossa via de santificação. Amém!!