Queridos
irmãos e irmãs em Cristo, o Senhor Ressuscitado.
Neste
segundo domingo pascal, o Domingo da Divina Misericórdia, a santa liturgia nos
convida a contemplar esta misericórdia de Deus em Jesus Ressuscitado que
aparece no meio dos seus discípulos.
A primeira
atitude misericordiosa de Jesus será a de acalmar o coração inquieto, inseguro,
triste e cheio de medo dos discípulos, eles que estavam não somente com as
portas de sua casa fechadas, mas também as portas de seus corações. Assim,
Jesus na tarde de domingo aparece, se põe no meio deles e deseja-lhes a paz.
Vejam,
primeiro que tudo, a presença de Jesus Ressuscitado no meio dos seus, é sinal
de que por amor ele deseja ser o centro da vida dos seus discípulos, deseja ser
a alegria, a felicidade, deseja habitar para sempre em seus corações, por isso,
deseja-lhes a paz: “A paz esteja convosco”.
Esta paz ela é sinal da vida plena da graça que Jesus nos trouxe em sua
ressurreição, de fato ela acalma o coração, transforma a tristeza em alegria, dá
esperança e enche o coração de felicidade. Esta Paz não é somente uma saudação,
mas é uma pessoa: Jesus que em seu amor misericordioso, deseja ficar para
sempre no meio dos seus.
Depois, num segundo gesto de misericórdia, o Senhor Jesus lhes mostra as suas
mãos e o seu lado chagados, sinais do seu amor e de sua misericórdia infinita
para com os discípulos e a humanidade, mas também para dizer que é do seu sacrifício
de amor na cruz que provém a verdadeira
paz. É como se Jesus estivesse a dizer a eles e a nós: em tuas agonias, em teus
medos e sofrimentos, lembra-te eu sofri
por ti, eu estou contigo, eu sou a razão da tua alegria e felicidade.
Uma
outra atitude de misericórdia de Jesus, foi ter soprado sobre os seus o dom do
Espírito Santo. O Espírito de Ressurreição que agora recria o coração e a vida
dos discípulos, fazendo deles novas criaturas, com a missão também de recriar e de
ressuscitar a vida de muitos homens e mulheres mortos pelo pecado, distantes de
Deus.
Por
conseguinte, Jesus agora manifestará a sua misericórdia a Tomé que não estava
presente na primeira aparição, e por isso, se deixando levar pela incredulidade,
duvida da aparição do Cristo Ressuscitado, credo somente se visse as mãos chagados e o lado ferido de
Jesus e neles tocasse. Pois bem, Jesus
em seu amor e misericórdia benevolentes, cheio de compaixão vai ao encontro de Tomé
e aparece a Ele, oferecendo-o as provas de sua paixão para que ele tocasse e
acreditasse que Jesus o Crucificado Ressuscitou verdadeiramente: “Põe teu dedo aqui e vê as minhas mãos!
Estende a tua mão e põe-na no meu lado e não sejas incrédulo Tomé, mas crê!
O Senhor
mais uma vez oferece as suas chagas de amor e misericórdia, as feridas de sua
paixão redentora, nelas estão a vida de Tomé, a minha vida e a tua vida, em seu
Corpo Glorioso, Jesus as carregará para sempre, elas são as marcas da vitória
de Cristo, e da nossa vitória. Elas são o sinal da fé, da esperança e da
caridade. A incredulidade de Tomé é vencida pelo seu grande ato de fé: “Meu Senhor e Meu Deus”!
A misericórdia
divina curou a incredulidade de Tomé, o fez feliz! Todavia, a misericórdia e a
bondade de Jesus tocam também à nossa vida. Isto se revela quando Jesus diante
de Tomé, louva a fé daqueles que creram sem o ter visto: “Felizes os que creram sem ter visto”. Esta palavra de Jesus é para os cristãos de todos os tempos, é para todos nós!
Somos felizes porque pelo batismo em sua Ressurreição dele recebemos a vida
nova que vem do céu e o dom da fé. Somos felizes porque “sem ver o Senhor nós o amamos, e nele acreditamos, nele depositamos
nossa vida, isso é a razão de nossa alegria se fim”, de nossa confiança e
esperança, por ele somos sustentados quando enfrentamos as provações da vida em
virtude de nossa fé. Por isso com humildade
sejamos capazes de como Tomé dizer professar nossa fé no amor misericordioso de
Jesus e dizer: Meu Senhor, Meu Deus, Meu Tudo! Só a vós desejo, só a vós amo!
Jesus eu confio em vós! Amém!