sábado, 26 de abril de 2014

O AMOR MISERICORDIOSO DO RESSUSCITADO

Queridos irmãos e irmãs em Cristo, o Senhor Ressuscitado.

Neste segundo domingo pascal, o Domingo da Divina Misericórdia, a santa liturgia nos convida a contemplar esta misericórdia de Deus em Jesus Ressuscitado que aparece no meio dos seus discípulos.

A primeira atitude misericordiosa de Jesus será a de acalmar o coração inquieto, inseguro, triste e cheio de medo dos discípulos, eles que estavam não somente com as portas de sua casa fechadas, mas também as portas de seus corações. Assim, Jesus na tarde de domingo aparece, se põe no meio deles e deseja-lhes a paz.

Vejam, primeiro que tudo, a presença de Jesus Ressuscitado no meio dos seus, é sinal de que por amor ele deseja ser o centro da vida dos seus discípulos, deseja ser a alegria, a felicidade, deseja habitar para sempre em seus corações, por isso, deseja-lhes a paz: “A paz esteja convosco”. Esta paz ela é sinal da vida plena da graça que Jesus nos trouxe em sua ressurreição, de fato ela acalma o coração, transforma a tristeza em alegria, dá esperança e enche o coração de felicidade. Esta Paz não é somente uma saudação, mas é uma pessoa: Jesus que em seu amor misericordioso, deseja ficar para sempre no meio dos seus.

 Depois, num segundo gesto de misericórdia, o Senhor Jesus lhes mostra as suas mãos e o seu lado chagados, sinais do seu amor e de sua misericórdia infinita para com os discípulos e a humanidade, mas também para dizer que é do seu sacrifício de amor  na cruz que provém a verdadeira paz. É como se Jesus estivesse a dizer a eles e a nós: em tuas agonias, em teus medos e sofrimentos, lembra-te eu sofri por ti, eu estou contigo, eu sou a razão da tua alegria e felicidade.

Uma outra atitude de misericórdia de Jesus, foi ter soprado sobre os seus o dom do Espírito Santo. O Espírito de Ressurreição que agora recria o coração e a vida dos discípulos, fazendo deles novas criaturas, com a missão também de recriar e de ressuscitar a vida de muitos homens e mulheres mortos pelo pecado, distantes de Deus.

Por conseguinte, Jesus agora manifestará a sua misericórdia a Tomé que não estava presente na primeira aparição, e por isso, se deixando levar pela incredulidade, duvida da aparição do Cristo Ressuscitado, credo somente se  visse as mãos chagados e o lado ferido de Jesus e neles tocasse.  Pois bem, Jesus em seu amor e misericórdia benevolentes, cheio de compaixão vai ao encontro de Tomé e aparece a Ele, oferecendo-o as provas de sua paixão para que ele tocasse e acreditasse que Jesus o Crucificado Ressuscitou verdadeiramente: “Põe teu dedo aqui e vê as minhas mãos! Estende a tua mão e põe-na no meu lado e não sejas incrédulo Tomé, mas crê!
O Senhor mais uma vez oferece as suas chagas de amor e misericórdia, as feridas de sua paixão redentora, nelas estão a vida de Tomé, a minha vida e a tua vida, em seu Corpo Glorioso, Jesus as carregará para sempre, elas são as marcas da vitória de Cristo, e da nossa vitória. Elas são o sinal da fé, da esperança e da caridade. A incredulidade de Tomé é vencida pelo seu grande ato de fé: “Meu Senhor e Meu Deus”!

A misericórdia divina curou a incredulidade de Tomé, o fez feliz! Todavia, a misericórdia e a bondade de Jesus tocam também à nossa vida. Isto se revela quando Jesus diante de Tomé, louva a fé daqueles que creram sem o ter visto: “Felizes os que creram sem ter visto”Esta palavra de Jesus é para  os cristãos de todos os tempos, é para todos nós! Somos felizes porque pelo batismo em sua Ressurreição dele recebemos a vida nova que vem do céu e o dom da fé. Somos felizes porque “sem ver o Senhor nós o amamos, e nele acreditamos, nele depositamos nossa vida, isso é a razão de nossa alegria se fim”, de nossa confiança e esperança, por ele somos sustentados quando enfrentamos as provações da vida em virtude de nossa fé.  Por isso com humildade sejamos capazes de como Tomé dizer professar nossa fé no amor misericordioso de Jesus e dizer: Meu Senhor, Meu Deus, Meu Tudo! Só a vós desejo, só a vós amo! Jesus eu confio em vós! Amém!



sábado, 12 de abril de 2014

O MISTÉRIO DO DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR


Meus irmãos e minhas irmãs

Hoje com esta celebração do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, iniciamos com muita fé a Grande Semana da Paixão do Senhor, a Semana Santa. Recordamos espiritualmente, a entrada de Jesus em Jerusalém. Esta solene procissão de entrada revela os últimos passos do caminho de Jesus para o cumprimento da sua grande missão, ele sobe a Jerusalém para num ato de amor oferecer a sua vida na cruz em obediência ao Pai pela salvação da humanidade.

Jesus que agora adentra a cidade santa, em solene procissão é aclamado e reconhecido como Rei: “Hosana ao Filho de Davi, Bendito o que vem em nome do Senhor”.  De fato, Ele é o Rei, Ele é o Messias esperado, o Deus que veio para salvar Israel e toda a humanidade. Todavia, deveremos perceber que o reinado de Jesus é marcado pela humildade, mansidão e pobreza. Para expressar tamanha verdade, o vemos entrar em Jerusalém montado num jumentinho, para que se cumprisse a profecia: “Eis que o teu rei vem a ti, montado num jumento”. O Jumentinho era o animal dos pobres, Jesus é o verdadeiro Pobre de Deus, “o anawin de Ihaweh”.  

Sim, amados irmãos e irmãs, falar de um Rei Jesus que se faz pobre é poder contemplar o seu desígnio de amor para conosco. Porque Ele sendo Deus, em uma  profunda humildade se esvaziou, se aniquilou e se fez homem. Ele sendo rico se fez pobre. O Rei assumiu a condição de escravo. Portanto, Jesus é o servo de Deus destinado ao sofrimento, deste modo podemos compreender que a entrada de Jesus em Jerusalém é verdadeiramente uma procissão que  leva-o à cruz, por isso o santo evangelho deste domingo nos narra: a Paixão e Morte de Jesus.

Vejam Jesus, em total obediência ao Pai se entrega livremente para enfrentar os tormentos da cruz. De fato, nele se realizam as palavras da primeira leitura: “ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba, não desviei o rosto de bofetões e cusparadas”. Esta total aceitação por parte de Jesus à cruz, revela um ato de profundo e eterno amor, amor para com o Pai na obediência à sua vontade e amor para com a humanidade. Assim vemos que o reinado de Jesus é o Reino do amor até o fim, da doação sem limites de sua própria vida.  Ao olharmos para a cruz  vemos nela o verdadeiro trono do Rei Jesus é nela que o Senhor é exaltado revelando todo o seu poder e sua glória.

Pois bem, nos unamos a Jesus nesta caminhada para a cruz, que os ramos que sustentamos nas mãos, sejam o sinal de nossa adesão ao Senhor, que não o traiamos, nem o abandonemos, não estendamos mantos e ramos, mas estendamos nossas vidas em sua vida, prostremo-nos aos seus pés e o sigamos até o fim.  AMÉM